São Paulo, 14 – A Marfrig registrou um prejuízo líquido atribuído ao acionista controlador no segundo trimestre de 2017 de R$ 167 milhões, valor 26% maior do que as perdas de R$ 132 milhões de igual período do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 7,7% do segundo trimestre, para R$ 391 milhões, ante R$ 423,6 milhões de igual período do ano passado. De abril a junho de 2017, a receita líquida totalizou R$ 4,313 bilhões, volume 7,8% menor frente ao mesmos meses do ano passado, quando somou R$ 4,675 bilhões.

A empresa afirmou, no relatório de resultados, que o cenário político no Brasil e a incerteza sobre a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência marcaram o segundo trimestre. “O setor de proteína animal foi ainda impactado pelos efeitos da Operação Carne Fraca e surpreendido pela decisão dos EUA de suspenderem temporariamente as importações de carne bovina brasileira in natura”, afirma a Marfrig.

Pelo lado positivo, a empresa citou o aumento da oferta de gado disponível para abate. E, no início de julho, a Marfrig informou sua decisão de readequar a capacidade fabril da operação brasileira de sua divisão Beef e anunciou a reabertura de duas unidades frigoríficas, bem como a expansão da produção de plantas já existentes. “A implementação dessas ações elevará o nível de produção, no Brasil, em torno de 25% a partir do 2º semestre de 2017. Essa decisão está alinhada à estratégia da companhia de crescimento sustentável”, disse.

A divisão Keystone, com atuação nos Estados Unidos, teve resultado impulsionado pelo programa de “Key Accounts” e do sólido desempenho do canal de foodservice, com Ebitda ajustado recorde de US$ 69 milhões (ou R$ 221 milhões). Da receita líquida da Marfrig, 62% veio das operações internacionais.

No segundo trimestre deste ano, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 488 milhões, ante um valor também negativo de R$ 515 milhões no primeiro trimestre deste ano.

A divisão Beef registrou um aumento sequencial no volume de abate, chegando a junho com uma taxa de utilização da capacidade efetiva fabril no Brasil acima de 90%. O volume de abate foi 4% superior, refletindo a maior disponibilidade de gado tanto no Brasil quanto no Uruguai. “As margens do setor também apresentaram melhora gradual ao longo do trimestre, alcançando seu melhor momento ao final de junho”, afirmou a empresa.