O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse nesta sexta-feira, 3, no Twitter, que reformar a Previdência neste ano é uma “boa chance” de consolidar taxas de juros de equilíbrio mais baixas. “Vamos debater extensivamente a reforma da Previdência, mas não acreditem em soluções mágicas. Simplesmente não existem”, disse, na rede social.

Mansueto afirmou que, sem a reforma, o governo terá ao longo dos anos que cortar despesas com saúde e educação e, ainda assim, aumentar a carga tributária, já que os gastos com Previdência passarão de 12% do PIB para 20% do PIB até 2060. Ele acrescentou que “raiva ou mágica” não solucionarão o fato de que o Brasil passará por um rápido processo de envelhecimento nos próximos 30 anos. “A reforma vai evitar desastre fiscal. Sem reforma da Previdência, prepare o seu bolso para pagar mais impostos. Fato”.

O secretário ressaltou que as pessoas precisam poupar para garantir a renda do trabalho quando se aposentarem. “Previdência pública deve ser vista como garantia de renda mínima, um seguro social, e não como mecanismo de garantir renda plena do trabalho”, ressaltou.

O secretário defendeu a reforma proposta pelo governo Michel Temer e disse que quem se aposenta com menos de 60 anos não são os pobres, mas trabalhadores de classe média e alta. “Ao contrário do que muitos pensam, Previdência não é uma política de combate à pobreza. Para isso existem programas melhores e mais baratos”, completou.

Mansueto questionou a rede de “welfare state” (estado de bem estar social) do Brasil, que atinge 24% do PIB. “É semelhante à de um país rico como o Canadá. A diferença é que metade aqui é Previdência. Estranho país jovem gastar tanto com Previdência e assistência”, observou.

De acordo com o secretário, metade da despesa não financeira do governo federal hoje é com aposentadorias e pensões. “Todo gasto do setor público (municípios, Estados e governo federal) com saúde pública e educação é um pouco menor que gasto com Previdência”, comparou.

Ele rebateu ainda o argumento de que a cobrança da dívida ativa tornaria desnecessária uma reforma da Previdência e disse que apenas 4% da dívida previdenciária tem alta chance de recuperação.