O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira, 25, após almoço com o presidente Michel Temer, ministros e governadores, que o encontro tratou basicamente da necessidade de o governo implementar as reformas da Previdência e trabalhista e afirmou que o clima com os governadores “foi positivo”. “Fizemos um almoço com governadores para fazer relato sobre reforma da Previdência. Trouxemos governadores para que o tema ficasse esclarecido”, afirmou Maia, que foi o anfitrião do encontro. Uma fonte do Planalto, entretanto, disse que, durante o almoço, poucos governadores quiseram se comprometer totalmente no apoio à reforma.

Maia disse que os Estados também sofrem com a questão da previdência, que precisa de uma solução e que, mesmo os governadores que não apoiam a medida, sabem da sua importância. Dos 27 governadores, 13 estavam presentes. Segundo o presidente da Câmara, aqueles da base que não puderam vir deram explicações.

“Cada governador que não veio deu justificativa. O governador de Minas esteve comigo de manhã. Ele sabe mais que ninguém da situação da Previdência. Se nada for feito, todos vão pagar a conta”, afirmou. “O governador Geraldo Alckmin também me ligou”, completou.

Ao ser questionado como os governadores podem ajudar a mobilizar a base para apoiar as reformas, Maia disse que os governadores “têm influência em parte da base, mas não posso falar pelos governadores”. “Mas eu entendo que há consenso entre gestores que a reforma que está sendo feita é um tema que não acaba nesta votação”, afirmou.

Maia lembrou que concessões foram feitas, rechaçou a possibilidade de novas mudanças e disse que é preciso garantir que endividamento do País não saia do controle. “Precisamos de uma sinalização forte. Quando não sinaliza para o investidor que o Estado brasileiro pode ter controle de sua dívida, ninguém investe”, afirmou.

Militares e servidores

Ao dizer que será preciso “dar passos pra frente”, Maia lembrou que ainda será preciso tratar da reforma da previdência para as Forças Armadas, militares. “Aposentadoria de militares também terá de ser atacada mais à frente”, disse. “Do jeito que as coisas vão, todas categorias serão prejudicadas no País porque ninguém terá recurso para pagar salários”, afirmou.

Em relação aos servidores públicos que ainda têm pressionado por mudanças no texto que amplie os seus benefícios, Maia afirmou que “não adianta garantir um privilégio hoje e isso prejudicar recursos de outras áreas”. “Servidores públicos precisam entender que, sem reforma, o Brasil quebra”, completou.