O presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu nesta quarta-feira o fim do que ele descreveu como um “apartheid” imposto por Israel aos palestinos, a fim de preservar a solução de dois Estados.

“Temos a responsabilidade e vocês têm a responsabilidade de acabar com o apartheid na Palestina”, disse Abbas, de 82 anos, em seu discurso ante Assembleia Geral da ONU, que durou quase 45 minutos.

“Pode o mundo aceitar um regime de apartheid no século XXI?”, questionou.

Abbas, que subiu ao palanque um dia após o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, criticou Israel pela construção de novos assentamentos “em todos os lugares”, o que coloca em risco a solução de dois Estados, ou seja, a criação de um Estado palestino coexistindo com Israel.

“Não há espaço para o Estado da Palestina e isso não é aceitável”, denunciou.

“Tentamos inúmeras vezes relançar o processo de paz e pedimos ao primeiro-ministro israelense que afirmasse o seu compromisso com a solução de dois Estados”, mas “infelizmente esta oferta foi rejeitada”, acrescentou o presidente da Autoridade Palestina.

Em seu discurso, Abbas expressou a frustração do povo palestino diante do impasse em que se encontra o processo de paz.

Os Estados Unidos consideram que as colônias israelenses são ilegais ao abrigo do direito internacional e, em dezembro, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução pedindo o fim da expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Além disso, o presidente americano Donald Trump assegurou que um acordo de paz entre israelenses e palestinos era “possível”.

O presidente palestino afirmou nesta quarta que pressionará para o reconhecimento total do status de Estado da Palestina na ONU, uma medida que exige a aprovação do Conselho de Segurança, onde os Estados Unidos, principal aliado de Israel, detêm poder de veto.