A policía argentina realizou nesta quarta-feira (24) um mandado de busca e apreensão no escritório da Odebrecht, em Buenos Aires. A ordem partiu da Justiça Federal argentina, dentro do processo no qual se investiga um esquema de superfaturamento e subornos na construção de uma usina para a estatal Aysa, que presta serviços de distribuição de água e saneamento na Argentina.

O juiz federal  Sebastián Casanello investiga supostas irregularidades na contratação de várias empresas por parte da estatal Aysa em 2008. A Odebrecht e uma dessas empresas. Através de nota, a empreiteira brasileira garantiu que se apresentou no dia 9 de maio perante o tribunal presidido por Casanello, onde tramita a ação por meio da qual foram ordenadas as buscas, e se dispôs “a colaborar de maneira ampla e irrestrita com as investigações”.

“A empresa reafirma sua intenção de colaborar com a Justiça e espera reconquistar a confiança da sociedade mediante uma atuação empresarial íntegra, ética e transparente”, declarou a Odebrechet em comunicado público, no qual confirmou as buscas em seus escritórios localizados no 32º andar de uma torre situada no bairro portenho de Retiro.

A Odebrecht já admitiu, perante a justiça dos Estados Unidos, ter pago US$ 788 milhões em propinas em dez países latino-americanos, onde tem negócios. Desse total, cerca de US$ 35 milhões teriam sido desembolsados na Argentina, entre 2007 e 2015, durante o governo da ex-presidente Cristina Kirchner.

Reunião reagendada

O Ministério de Justiça argentino, por sua vez, informou hoje, em nota à impresa, que reagendou  para a próxima semana a reunião com a Odebrecht prevista para esta quarta-feira, e que daria continuidade à reunião realizada ontem com advogados da empreiteira, na qual a empresa fez uma proposta que seria examinada hoje pelo governo.

“O ministro da Justiça e dos Direitos humanos, Germán Garavano, se reunirá na próxima semana com os advogados da empreiteira brasileira para chegar a um acordo que permita à Justiça receber informações sobre o suposto pagamento de propinas a funcionários e empresários argentinos ligados à obra pública. A reunião foi remarcada para a próxima semana porque a Justiça Federal ordenou buscas nos escritórios da Odebrecht”, afirma a nota do ministério.

* Com informações de Monica Yanakiew e da Agência Télam

  Tradução: Lucas Magdiel

Matéria alterada às 20h15 para acréscimo de informações