Os juros futuros encerraram a sessão desta quarta-feira, 15, queda ao longo de toda a curva a termo da BM&FBovespa, em reação ao comunicado da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que não endossou os receios do mercado de um aperto monetário mais firme nos Estados Unidos este ano. Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para julho de 2017 (282.860 contratos) encerrou a 11,195%, de 11,225% no ajuste de terça-feira.

A taxa do DI janeiro de 2018 fechou em 9,975%, de 10,050% no ajuste anterior, com 206.735 contratos. A taxa do DI janeiro de 2019 (230.660 contratos) caiu de 9,60% para 9,49%. O DI janeiro de 2021 terminou com taxa de 9,95%, de 10,07%, com 236.980 contratos. Por fim, a taxa do DI janeiro de 2023 (43.965 contratos) caiu de 10,36% para 10,23%.

O Fed elevou a taxa dos fed funds para o intervalo entre 0,75% e 1,00%, como amplamente precificado nos ativos, mas a decisão não foi unânime, com um voto contrário, o do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, que preferia agora manter os juros. Além de ter mantido a projeção de três elevações de juros neste ano, o que implica mais duas altas em 2017, depois da de hoje, no comunicado, os diretores estimaram que a atividade econômica nos EUA deverá se expandir em ritmo moderado, com o mercado de trabalho se fortalecendo “um pouco mais”, apoiado pela política monetária acomodatícia.

“O mercado vinha se protegendo nos últimos dias, com a taxa da T-Note de dez anos rompendo 2,60%, pois havia um receio de que o Fed pudesse sinalizar quatro altas de juros para 2017. Mas o comunicado foi mais leve, referendando a percepção de que Fed não está atrás da curva e que o processo será gradual”, disse um gestor. Às 16h30, a T-Note de dez anos projetava 2,505%.

O comunicado da decisão inverteu a tendência de alta dos juros que prevalecia até o começo da tarde, em meio aos receios de que a lista de Janot, que traz nomes de vários ministros e senadores da base aliada, pudesse afetar o cronograma da reforma da Previdência no Congresso e, consequentemente, o ciclo de queda da Selic e a retomada da economia.