Os juros futuros encerraram mais uma vez em alta, pressionados principalmente pelo aumento da aversão ao risco no exterior, que empurra para cima o dólar ante divisas de economias emergentes e o risco Brasil, e para baixo os rendimentos dos títulos do governo norte-americano, que estão renovando mínimas. O pano de fundo segue sendo a tensão geopolítica envolvendo a Coreia do Norte e os EUA. Internamente, a questão fiscal também continua gerando ruídos no mercado.

No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (125.885 contratos) fechou em 8,180%, de 8,170% no ajuste de quarta-feira; a taxa do DI para janeiro de 2019 (256.490 contratos) subiu de 8,07% para 8,10%; e a taxa do DI para janeiro de 2021 (235.520 contratos) encerrou na máxima de 9,43%, de 9,33% quarta no ajuste. Também terminou com taxa na máxima o DI para janeiro de 2023 (55.465 contratos), a 10,03%, de 9,92%.

O dólar renovou máximas na última hora, chegando a R$ 3,1713, mas às 16h34 era cotado em R$ 3,1693 (+0,52%) no segmento à vista. A taxa da T-Note de dez anos estava em 2,203%, após bater a mínima de 2,202%, do nível de 2,248% na quarta. O risco Brasil medido pelos contratos de Credit Swap Default (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos avançava 3%, para 205 pontos, de 199 pontos na quarta.

“O que explica o movimento do DI hoje é uma combinação de fatores domésticos e externos, com predominância do externo”, disse o estrategista da CA Indosuez Brasil, Vladimir Caramaschi. Nos últimos dias, os governos norte-coreano e americano vêm trocando ameaças em torno de possíveis ataques nucleares.

Nesta tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que talvez o alerta de “fogo e fúria” que lançou para a Coreia do Norte há dois dias “não tenha sido forte o suficiente”, em mais um embate retórico com o país asiático. O regime norte-coreano havia anunciado que irá estudar cuidadosamente a possibilidade de um ataque com míssil a uma base militar dos EUA no território americano de Guam.

Internamente, havia expectativa de anúncio ainda nesta quinta sobre a mudança das metas fiscais de 2017 e 2018, uma vez que o presidente Michel Temer esteve reunido com a equipe econômica e com líderes aliados do Congresso para tratar de questões fiscais. Contudo, no período da tarde, a Fazenda divulgou nota informando que as discussões sobre a nova meta serão retomadas na próxima segunda-feira, 14.

O governo deve enviar ao Congresso proposta para alterar a meta fiscal de 2017 de um déficit primário de R$ 139 bilhões para déficit de R$ 159 bilhões. A meta fiscal de 2018 deve passar de um déficit de R$ 129 bilhões para R$ 149 bilhões.