Os juros futuros encerraram a sessão perto da estabilidade, com viés de alta na ponta longa, em mais um dia de volume moderado de contratos negociados. A movimentação das taxas mais uma vez foi contida ao longo desta terça-feira, 8, em função da falta de novidades no noticiário, segundo profissionais da área de renda fixa. Os vencimentos curtos passaram o dia de lado e os longos, levemente pressionados para cima, em meio à espera de definições do cenário fiscal e político, enquanto exterior teve pouca influência sobre a curva.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) vencimento em janeiro de 2018 (85.850 contratos) fechou com taxa de 8,175%, de 8,190% no ajuste de segunda-feira, e a do DI para janeiro de 2019 (219.465 contratos) ficou em 8,02%, de 8,03% na véspera no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2021 (157.875 contratos) terminou com taxa de 9,25%, de 9,22%.

O presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, confirmaram que o governo estuda aumento do Imposto de Renda (IR) para as pessoas físicas, especialmente para a faixa de maior renda, no Orçamento de 2018, conforme antecipou na segunda-feira o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado). “Temos até o final do mês, dia 31, para finalizar as contas e chegar a uma conclusão. Existem diversas hipóteses em estudo e essa (a alta do IR) é uma delas”, disse Meirelles.

Já o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça que, se tiver de passar pela Câmara, “não passa aumento de imposto”. Mais cedo, ele afirmou que “a sociedade não aguenta mais pagar imposto e a ineficiência do Estado”.

Essa possibilidade (aumento do IR), por ora, não chega a ter impacto direto na curva a termo, segundo o diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas Asset, Rogério Braga. “O clima continua bom, com a sensação de que o governo conseguiu se estabilizar. O mercado está de olho na Previdência, que voltou com força à pauta”, disse.

Maia e o presidente Temer também defenderam a reforma da Previdência. “Se não fizermos essa reforma, será dificílimo enfrentar os próximos anos”, disse Temer, enquanto Maia afirmou que a Previdência é o “coração de todas as reformas”.