Os juros futuros encerraram a sexta-feira, 23, com viés de alta nos contratos de curto e de longo prazos. Embora a agenda de indicadores tenha trazido como destaque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de junho, o volume de contratos negociados foi abaixo do padrão. O índice mostrou inflação de 0,16%, acima da mediana das estimativas (0,11%) coletadas na pesquisa realizada pelo Projeções Broadcast, e, diante disso, o mercado não deu sequência ao alívio de taxas visto na quinta-feira, 22, após o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (106.470 contratos) passou de 8,975% no ajuste de quinta para 8,995%, e a do DI para janeiro de 2019 (208.215 contratos) ficou em 9,00%, de 8,98% no ajuste anterior. A taxa do DI com vencimento em janeiro de 2021 (144.775 contratos) subiu de 10,18% para 10,21%.

Apesar de o IPCA-15 ter superado a mediana das previsões, a expectativa para o cenário inflacionário, e para a Selic, nos próximos meses segue bastante favorável. A taxa de 0,16% foi a mais baixa para o mês desde 2006 e mostrou forte desaceleração em relação a maio (0,24%).

Em 12 meses, caiu de 3,77% para 3,52%, menor para o período desde 2007. Os preços de abertura do indicador, como núcleos e preços de serviços subjacentes, também tiveram arrefecimento em relação a maio.

A ponta longa da curva continuou refletindo o desconforto do investidor com o cenário político, antes do fim de semana e da possível apresentação da denúncia contra o presidente Michel Temer pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou na quinta à PGR cópia dos autos do inquérito aberto contra Temer e o procurador-geral Rodrigo Janot terá cinco dias, ou seja, até a próxima terça-feira, 27, para apresentar a denúncia contra o peemedebista, que deverá ser fatiada em duas.

Em seu despacho, Fachin também pediu que a Polícia Federal remeta, “tão logo ultimados”, o relatório final sobre o caso e a perícia feita da gravação da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, do Grupo J&F.