Os juros futuros encerraram a sessão regular em alta moderada, refletindo uma realização de lucros após o forte alívio de prêmios visto na semana passada. Numa segunda-feira, 7, de agenda fraca e noticiário sem grandes destaques, os investidores aproveitaram para ajustar um pouco suas posições, na espera pelas medidas que o governo deve anunciar para minimizar o impacto da frustração de receitas sobre a área fiscal e de olho na movimentação em torno das negociações para a aprovação das reformas.

As taxas curtas fecharam quase estáveis, com oscilação restrita, às vésperas da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho. Nos demais ativos, o dólar bateu mínimas e a Bolsa, máximas, na última hora.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (63.630 contratos) fechou em 8,190%, de 8,185% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2019 (160.205 contratos) encerrou com taxa em 8,03%, de 7,99%. E a taxa do DI para janeiro de 2021 (93.575 contratos) subiu de 9,16% para 9,22%.

“O mercado esteve hoje bem devagar, com volume baixo. Sem grandes certezas no horizonte fiscal, houve uma pequena recomposição de prêmios, na expectativa de ver o que Fazenda vai propor de agenda, agora que ficou difícil de a reforma da Previdência ser uma espécie de divisor de águas”, disse o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno. Segundo ele, a falta de tendência para as moedas emergentes também limitou a movimentação da renda fixa.

A frustração de receitas deve obrigar o governo a revisar a meta que limita o déficit primário a até 139 bilhões em 2017, mas o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que isso não tem data definida para acontecer. Segundo Meirelles, a ideia econômica é fazer uma análise do comportamento da arrecadação nos próximos “60 dias ou menos” para então identificar qual é a necessidade de novas medidas.

Já para 2018, segundo apurou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado), o governo estuda lançar um pacote de medidas tributárias para garantir a arrecadação, entre elas a possibilidade de adoção de alíquota do imposto de renda para pessoa física, de 30% ou 35%; mudanças na tributação de dividendos e em aplicações financeiras. A expectativa é que as medidas, segundo as fontes, ampliem o caixa em pelo menos R$ 35,5 bilhões no ano que vem.