Os juros futuros encerraram em alta no segmento BM&F, em meio ao avanço do dólar e ao clima político mais pesado no Brasil, mas com efeito moderado pelas expectativas de queda da Selic em pelo menos 1 ponto porcentual. O Comitê de Política Monetária (Copom) anuncia sua decisão sobre a taxa básica, atualmente em 12,25%, no começo da noite.

No fim da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro tinha taxa de 9,640% (máxima), de 9,615% no ajuste de terça. A taxa do DI para janeiro de 2019 (151.595 contratos) também fechou na máxima, de 9,42%, de 9,38% no ajuste anterior. A taxa do DI janeiro de 2021 (101.800 contratos) subiu de 9,83% para 9,88%.

As taxas oscilaram em alta desde a parte da manhã, com o mercado tentando avaliar possíveis impactos da divulgação da lista do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinando a abertura de inquérito contra dezenas de parlamentares – entre eles os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Eunício Oliveira (PMDB-CE) – 12 governadores e oito ministros do governo Temer.

“A curva hoje está flat, reagindo ao dólar mais alto. O clima político também complica um pouco o cenário. As reformas, trabalhista e da Previdência, devem ser atrasadas mas não prejudicadas”, disse a gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patricia Pereira.

Na última hora, o dólar renovou máximas ante o real perto das 16 horas, mas depois desacelerava os ganhos, em linha com o movimento no exterior. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta tarde que a divisa americana está “muito forte”, o que pode prejudicar a competitividade das empresas do país. Às 16h27, o dólar à vista subia 0,20%, a R$ 3,1485, depois de bater a máxima de R$ 3,1575.

No Brasil, o mercado aguarda da decisão do Copom convicto na aceleração do ritmo de queda da Selic, dos 0,75 ponto em fevereiro para pelo menos 1 ponto nesta reunião de abril. Na curva a termo, contudo, aponta apostas minoritárias, em torno de 20%, segundo Patricia, de redução de 1,25 ponto.