Os juros futuros fecharam a sessão perto da estabilidade, com viés de baixa em alguns contratos, num ambiente de liquidez reforçada pela reação do mercado às medidas fiscais anunciadas pelo governo na terça-feira, 15, à noite e pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) divulgada no período da tarde desta quarta-feira, 16. Ao final da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 (198.540 contratos) fechou em 8,05%, de 8,06% no ajuste de terça.

A taxa do DI para janeiro de 2020 (102.670 contratos) passou de 8,80% para 8,78%; a do DI para janeiro de 2021 (324.775 contratos) fechou em 9,37%, de 9,38%. E a taxa do DI para janeiro de 2025 (34.720 contratos) terminou estável em 10,25%.

A revisão da meta fiscal de 2017 e 2018, para déficit de até R$ 159 bilhões, de até R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões anteriormente, era o cenário com que o mercado contava, mas houve desconforto e surpresa com a piora dos números para 2019 e 2020. Para 2019, a previsão passou de déficit de R$ 65 bilhões para déficit R$ 139 bilhões. Em 2020, foi de um superávit de R$ 10 bilhões para déficit de R$ 65 bilhões.

“Esses números para 2019 e 2020 mais agressivos surpreenderam. O que atenuou foram as medidas de contenção de gastos e aumento de receitas e a S&P tirando o risco iminente de rebaixamento da nota”, disse o Diretor da Mapfre Investimentos, Carlos Eduardo Eichhorn.

As medidas todas serão encaminhadas ao Congresso Nacional para aprovação. Já a agência de classificação de risco Standard & Poor’s reafirmou na terça o rating global BB do Brasil e a perspectiva negativa, mas retirou o status de observação para possível rebaixamento.

A ata do Fed foi considerada ‘dovish’ (suave) em relação ao aumento de juros. O documento mostrou divisão entre os dirigentes com relação às futuras altas e o enfoque principal foi a incerteza sobre os baixos números de inflação. Vários deles enxergam a atual fraqueza do aumento de preços como pontual, enquanto outros demonstram preocupação com o declínio recente. Além disso, alguns apontaram a probabilidade de a inflação permanecer abaixo de 2% durante mais tempo do que o previsto e sugeriram a postergação do próximo aumento de juros.

A ata amparou ganhos nas bolsas e reforço o recuo do dólar ante o real, com a moeda americana renovando mínimas na última hora. Às 16h27, a moeda no segmento à vista era negociada em R$ 3,1512 (-0,73%), após tocar os R$ 3,1487.