São Paulo, 17/05 – O melhor momento para comprar insumos em Estados produtores de milho e soja é o período anterior à safra, mostra estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado nesta quarta-feira. O levantamento, que considera desde o ano-safra de 2010/11 até o de 2015/16, avalia o custo de fertilizantes e defensivos na rentabilidade do produtor.

De acordo com a publicação, intitulada “O comportamento dos preços dos insumos agrícolas na produção de milho e soja”, os agricultores não têm tradição de estocar defensivos e fertilizantes. Em vez disso, adquirem os itens conforme o ciclo de plantio de cada cultura. Assim, cria-se uma demanda momentânea que influencia os preços.

Essa conclusão está baseada em outra observação da pesquisa, a de que o fornecedor conhece o processo produtivo, a rentabilidade e as necessidades do produtor, por isso reage de maneira estratégica, elevando valores.

A hipótese se confirma porque, “com raras exceções, em todas as unidades da Federação houve valorização real dos preços dos fertilizantes e dos agrotóxicos na safra 2014/15 e desvalorização no ano-safra 2015/16, sendo que esta última foi prejudicada por fatores climáticos”, diz trecho do diagnóstico.

Responsável por 22,22% do milho e 29,16% da soja produzidos no País, Mato Grosso reflete essa realidade mencionada acima. No Estado, o preço do herbicida Glifosato, por exemplo, vinha de um crescimento sucessivo nos anos-safras 2013/14 (22,14%) e 2014/15 (54,53%), até sofrer queda acentuada em 2015/16 (-12,97%). Já o cloreto de potássio apresentou níveis de preço mais oscilantes: queda de 18,03% em 2013/14 seguida de crescimento de 28,93% em 2014/15 e novamente baixa de 34,53% em 2015/16.

Além de apontar caminhos para a redução dos custos de produção, a publicação apresenta oportunidades de investimentos e estratégias para o setor. O comportamento dos preços foi examinado, além de Mato Grosso, em Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Há, também, um capítulo específico para a cidade de Campo Mourão, no Paraná, cuja renda é baseada no cultivo de soja e milho.