No livro O Estado Empreendedor, a pesquisadora Mariana Mazzucato faz uma provocação bem-humorada aos liberais que pregam um Estado mínimo. Segundo a diretora do departamento de economia da inovação da University College London, não fosse a ação do E$stado não teríamos a internet, as telas sensíveis ao toque, o smartphone e uma infinidade de gadgets sem os quais nossa vida seria menos produtiva e menos divertida.

De fato, o processo de demonização do setor público, apontado quase sempre como um empecilho à livre iniciativa e à criatividade, precisa ser reavaliado. Inclusive no Brasil, onde interessantes produtos e serviços, em diversas áreas, surgiram da cabeça de servidores públicos. A lista inclui o orelhão (telefone público), o bina (identificador de chamadas telefônicas) e a urna eletrônica.

Outro segmento no qual os servidores públicos se tornaram fundamentais para o bem-estar dos cidadãos foi nos produtos financeiros. Muitas pessoas não sabem, mas o consórcio, instrumento que permite a aquisição de bens de uma forma planejada, passou por uma grande evolução em razão de decisões tomadas pelo Banco Central e seus servidores.

A Bancorbrás Empreendimentos e Participações, fundada em 1983, surgiu a partir da junção dos esforços de ex-servidores do Bacen e do Banco do Brasil e tem no consórcio um dos segmentos com forte atuação, além de seguros, viagens e clube de turismo, nos quais opera com cinco empresas.

Além da expertise em produtos financeiros, a empresa mantém viva sua vertente de responsabilidade socioambiental, especialmente na Capital Federal, sua principal base de operação. Entre os vários projetos anuais, a administradora de consórcios da Bancorbrás destinou 1% da receita anual de vendas de cotas de consórcio para dar a largada em uma ação que permitiu o plantio de 30 mil árvores em parceria com a SOS Mata Atlântica.

Inauguração da Trilha Indígena Krahô, no Jardim Botânico de Brasília

Parte desta verba foi usada, também, para ajudar a viabilizar a instalação de uma Trilha Indígena Krahô em uma área tomada por pinheiros invasores, no Jardim Botânico de Brasília. “O projeto contou com a consultoria de integrantes dessa tribo, que é originária do Centro-Oeste”, conta Roberta Abreu, coordenadora do Instituto Bancorbrás.

A mais nova tacada na área sócio ambiental do Instituto será colocada em prática em setembro, em parceria com as ONGs Íris Social e Saúde & Alegria e também terá como foco os povos tradicionais. Só que desta vez, na Amazônia. No início de setembro, um grupo de voluntários vai desembarcar na reserva Resex Tapajós-Arapiuns, situada em Santarém (PA) com a missão de construir um viveiro.

A expedição terá duração de 10 dias. “Será uma oportunidade de jovens de diversos pontos do Brasil aprender sobre a cultura indígena e ribeirinha da região”, destaca Roberta. “Afinal, só valoriza o meio ambiente quem entende sua importância para a saúde do planeta”.

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