Dúvidas sobre a capacidade do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumprir suas promessas de campanha se somaram à queda do petróleo nesta terça-feira, 21, e provocaram uma onda de aversão ao risco, que prejudicou as moedas emergentes, incluindo o real. O noticiário interno ficou em segundo plano e nem mesmo falas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, fizeram preço.

O dólar à vista no balcão terminou com alta de 0,43%, a R$ 3,0862, depois de ter oscilado entre a mínima de R$ 3,0608 (-0,37%) e a máxima de R$ 3,0942 (+0,67%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa hoje foi de US$ 1,231 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril avançava 0,36% por volta das 17h15, a R$ 3,0950. O volume financeiro somava US$ 17,166 bilhões. A divisa norte-americana subia ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rublo russo (+0,61%), o peso mexicano (+0,52%) e a lira turca (+0,48%).

Trump esteve no Congresso para se encontrar com membros do Partido Republicano e tentar fazer avançar a reforma do Obamacare, mas o projeto enfrenta resistências. A ala mais conservadora do partido saiu do encontro dizendo que a proposta não vai longe o bastante e que tem os votos para bloquear uma votação prevista para esta quinta-feira. Como Trump disse que a reforma tributária depende das mudanças na saúde, o assunto preocupa o mercado.

Já o petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,37%, a US$ 48,24 o barril. A commodity tem sido pressionada recentemente pelo aumento na produção dos Estados Unidos e por relatos de que a Rússia poderia não aderir à extensão do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para além de junho.