Uma nova rodada de altas das commodities no mercado internacional garantiu mais um pregão de ganhos do Índice Bovespa, que avançou nesta terça-feira, 25, no patamar dos 65 mil pontos. O indicador operou em terreno positivo desde a abertura e terminou o dia em alta de 0,87%, aos 65.667,62 pontos. O volume financeiro avançou em relação à véspera e somou R$ 7,4 bilhões.

A adesão da Nigéria ao acordo de contenção de oferta de petróleo e a sinalização da Arábia Saudita de que pretende reduzir a produção da commodity foram os fatores que deram impulso a mais uma alta do petróleo nas bolsas internacionais. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 3,34%, cotado a US$ 47,89 por barril. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o tipo Brent para o mesmo mês subiu 3,29%, a US$ 50,20. As ações da Petrobras seguiram o otimismo e subiram 2,53% (ON) e 2,64% (PN).

Já a alta de 2,39% do minério de ferro no mercado à vista chinês (Qingdao) alimentou os ganhos nos índices de futuros de metais durante todo o dia e alavancou novamente as ações da Vale, que avançaram 5,08% (ON) e 4,67% (PN). Bradespar PN, acionista da mineradora, subiu 4,98% e foi a maior alta do Ibovespa. Os ganhos influenciaram as altas no setor de siderurgia, como as ações da Siderúrgica Nacional ON (+2,89%) e Gerdau PN (+1,64%).

“O mercado se concentrou em questões concretas, como a alta das commodities e a percepção de que os resultados corporativos tendem a vir melhores neste último trimestre. Foram esses os fatores que fizeram preço”, disse Alvaro Bandeira, economista da Modalmais.

No início da tarde, o juiz federal substituto da 20ª Vara Federal do Distrito Federal, Renato Borelli, concedeu liminar suspendendo os efeitos do decreto que elevou as alíquotas de PIS/Cofins sobre os combustíveis. Para o juiz, o aumento agride o princípio da legalidade tributária e contraria o princípio da chamada “noventena”, que prevê prazo de 90 dias para vigência da cobrança. Logo depois, Meirelles afirmou que a Advocacia Geral da União (AGU) irá recorrer da decisão.

“O mercado não mostrou preocupação com a decisão judicial, que deverá ser derrubada facilmente pela AGU”, disse Bandeira. Para ele, o cenário internacional e os balanços corporativos devem continuar a dominar a cena nabBolsa nos próximos dias, pelo menos até a próxima semana, quando terá fim o recesso parlamentar.