O mercado de ações brasileiro teve uma segunda-feira, 24, mais positiva, deixando-se levar pelo otimismo do mercado internacional com as eleições na França. À tarde, o gás foi renovado por informações de que o governo dos Estados Unidos deve acelerar esforços para elaborar um plano fiscal que leve a um corte nos impostos corporativos. No cenário doméstico, os temores sobre uma eventual delação do ex-ministro Antonio Palocci, que agitaram o mercado na última quinta-feira, hoje se dissiparam.

Os mercados europeus já iniciaram o dia com bom humor, após a vantagem do centrista Emmanuel Macron nas eleições presidenciais na França, ante a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen. De acordo com uma pesquisa de intenção de voto, se a eleição fosse agora, Macron teria vantagem de 61% a 38% sobre Le Pen. O Índice CAC, da bolsa de Paris, fechou em alta de 4,14%. As bolsas norte-americanas seguiram a mesma tendência.

O quadro de maior apetite por ativos de risco foi refletido principalmente entre as ações do setor financeiro, que acabaram por contagiar os negócios também por aqui. Ao final do pregão, o Índice Bovespa marcou 64.389,01 pontos, em alta de 0,99%. Entre os bancos, destaque para Banco do Brasil ON (+2,87%), Itaú Unibanco PN (+1,93%) e Bradesco PN (+1,83%) O volume de negócios com ações na B3 somou R$ 7,6 bilhões.

Entre as blue chips ligadas a commodities, Vale e Petrobras avançaram, mesmo com a queda do minério de ferro no mercado chinês e dos preços do petróleo em Nova York e Londres. No caso da mineradora, os papéis acabaram contaminados pelo otimismo geral nos mercados e pela expectativa de bom desempenho da companhia. Vale ON e PNA terminaram o dia com ganhos de 0,62% e 0,80%, respectivamente. Já os papéis da Petrobras refletiram a notícia de reajuste de 4,3% do preço do diesel e de 2,2% da gasolina, em média, anunciada na noite de quinta-feira. Petrobras ON e PN avançaram 0,84% e 1,08%.

“A forte influência do cenário internacional levou o mercado doméstico a dar uma trégua para as preocupações com o cenário político. Mas nada impede que amanhã uma nova notícia traga as preocupações de volta para os negócios”, disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.