As adversidades dos cenários interno e externo voltaram a determinar o sinal de baixa do Índice Bovespa nesta quarta-feira, 12. Queda de commodities, tensão geopolítica e incertezas no cenário político doméstico foram os principais estímulos para as ordens de venda de ações, que levaram o Índice Bovespa a operar no vermelho durante quase todo o dia e perder o patamar dos 64 mil pontos. Ao final do dia, o indicador teve baixa de 0,73%, aos 63.891,67 pontos.

O “day after” da divulgação da “Lista de Fachin” foi de noticiário intenso e muitas dúvidas sobre seu potencial para comprometer o andamento das reformas estruturais no Congresso. Revelada ontem com exclusividade pelo Grupo Estado, a lista de Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), traz a determinação de abertura de inquérito contra 8 ministros de Estado, 12 governadores e diversos parlamentares, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado.

“Embora a lista não tenha surpreendido o mercado, os inquéritos são mais um fator de desgaste para o governo e podem dificultar o endereçamento das reformas”, disse Shin Lai, estrategista e analista da Upside Investor.

Mas o mau humor no mercado brasileiro de ações também foi, em boa parte, importado das bolsas internacionais, que na maioria fecharam em baixa. Os contratos futuros de aço e de minério de ferro negociados na China tiveram forte queda, após siderúrgicas reduzirem seus preços numa tentativa de desovar o excesso de estoques. Com isso, as ações da Vale seguiram à risca o desempenho de suas pares e tiveram perdas de 4,33% (ON) e de 4,41% (PNA). Os papéis do setor siderúrgico acompanharam. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores queda foram de CSN ON (-8,70%), Bradespar PN (-5,97%), Gerdau PN (-5,08%) e Usiminas PNA (-4,53%).

Os negócios totais na bolsa somaram R$ 14,5 bilhões, inflados pelos vencimentos do dia. Com o resultado de hoje, o Ibovespa passa a contabilizar queda de 1,09% na semana e de 1,68% em abril.