As forças iraquianas em Mossul libertaram uma menina yazidi de 11 anos, sequestrada e vendida como escrava pelo grupo Estado Islâmico (EI) em 2014, anunciou nesta sexta-feira a polícia federal.

No verão de 2014, o EI massacrou a comunidade yazidi ao conquistar o Monte Sinjar, e sequestrou centenas, talvez milhares, de mulheres, que foram vendidas como esposas para jihadistas ou transformadas em escravas sexuais.

A menina, sequestrada em seu povoado natal de Kosho no sul de Sinjar, foi libertada na quinta-feira pelas forças de segurança iraquianas no distrito de Tanek, na zona oeste e Mossul, informou Raed Shaker Jawdat, comandante da polícia federal.

“Aqueles que sequestraram essas crianças são monstros”, declarou o general Jaafar al-Baatat em um comunicado, acompanhado de um vídeo em que a menina aparece em uma delegacia de polícia no sul de Mossul.

Nas imagens, a menina aparece silenciosa, cercada por policiais que tentavam tranquilizá-la.

A deputada yazidi Vian Dakhil, que revelou os abusos cometidos pelo EI, disse à AFP que a vítima foi sequestrada quando tinha oito anos de idade, com sua mãe e irmãs.

“Primeiro, foi levada para Tal Afar e depois vendida em Mossul”, informou, acrescentando que duas de suas irmãs tinham sido vendidas em Raqa, reduto do EI na Síria, onde ainda se encontram.

De acordo com Dakhil, as outras duas irmãs da criança e a mãe foram compradas do EI, um método utilizado pelas autoridades e organizações yazidis para libertar as mulheres desta comunidade, e vivem atualmente na Alemanha.

Cerca de 3.000 yazidis ainda estariam nas mãos dos extremistas.