A agência de classificação de risco Fitch afirmou que a intenção do governo de privatizar a Eletrobras não deverá ter impacto nos ratings da empresa no curto prazo, apesar de a agência acreditar que as iniciativas para vender ativos e melhorar a estrutura do grupo foram positivas.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 23, a Fitch comenta que a conclusão do processo levará tempo à luz dos desafios e das discussões políticas envolvidas no processo de aprovação. De acordo com a agência, como o modelo de privatização ainda não foi definido, isso aumenta ainda mais a incerteza em relação ao processo. Pela Fitch, o rating da Eletrobras em escala global e em moeda estrangeira é BB-, com perspectiva estável.

“Os principais impulsionadores da futura qualidade de crédito da Eletrobras são a sua capacidade de reduzir significativamente os custos e melhorar a eficiência, o perfil financeiro pós-privatização e a capacidade de fluxo de caixa operacional”, diz a Fitch. No comunicado, a agência ressalta que, neste momento, o perfil de crédito da estatal é beneficiado pela importância estratégica da companhia para o País “devido à sua posição proeminente no setor elétrico brasileiro, com significativa participação de mercado na geração e transmissão”.

Os ratings da Eletrobras seriam menores, de acordo com a Fitch, devido à capacidade de geração de caixa operacional muito fraca e a altas despesas de capital. A agência diz que continuará a monitorar os desenvolvimentos do processo de privatização, que dependem das aprovações regulatórias e do Congresso. “Entretanto, qualquer enfraquecimento do apoio do governo federal poderia ter implicações negativas na nota”, ressalta a Fitch.