O aumento de 0,3% do Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), para 99 pontos, em julho ante junho, assim como a elevação de 0,5% do Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE), para 106,7 pontos, sugerem que houve o fim do ciclo recessivo no segundo trimestre. Essa é avaliação do pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) Paulo Picchetti.

Embora o fim da recessão seja determinado pelo Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE), Picchetti diz que os indicadores de atividade do Ibre em parceria com o Conference Board indicaram probabilidade menor de 50% de a economia brasileira estar em recessão no fim do segundo trimestre.

Os últimos resultados positivos do mercado de trabalho contribuem para essa avaliação, completa Picchetti. A taxa de desemprego recuou de 13,7% no primeiro trimestre para 13% no segundo trimestre, além disso há quatro meses consecutivos há geração de vagas formais de emprego.

Contudo, diz Picchetti, o cenário mais favorável da economia corre riscos devido aos problemas fiscais do País. “O ritmo e a continuidade da retomada econômica dependem da questão fiscal. Se houver maior deterioração fiscal e um eventual rebaixamento do rating soberano, o possível impacto no câmbio, e, consequentemente, nos juros e na inflação pode prejudicar a atividade”, explica.