A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não cogita revisar a sua projeção para crescimento do crédito para este ano, mas espera desempenho abaixo do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com o presidente da entidade, Murilo Portugal. A expectativa da instituição é de avanço nominal de 1% a 2% neste ano, e incremento real apenas em 2018.

“Revisamos nossas projeções todo o mês e por conta das circunstâncias, tudo o que acontece de bom e de ruim e não por conta da crise”, disse Portugal, a jornalistas, durante o CIAB.

A expectativa, de acordo com Portugal, é de que o crédito retome assim como o PIB, mas de forma mais lenta. “Ainda estamos em um processo de desalavancagem das empresas e das pessoas. Esperamos um crescimento positivo para este ano, mas ainda modesto”, acrescentou.

Ele disse também que os bancos passaram por um teste de estresse em dois anos de recessão e que estão preparados para choques embora não acredite nesta possibilidade. Lembrou que as provisões para devedores duvidosos dos bancos representam 180% o volume de crédito não pago no Brasil e que a inadimplência pode subir até 15% que os bancos continuariam bem, referindo-se ao relatório de estabilidade financeira do Banco Central.

Sobre o bureau de crédito dos grandes bancos em conjunto com a Febraban, Portugal afirmou que a empresa deve estar criada em julho. Segundo Portugal, os principais executivos que tocarão o projeto foram contratados e os reguladores já deram os avais necessários.