Após anunciar a projeção de alta do PIB de 0,5% em 2017 e de 2,5% em 2018, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, avaliou nesta quarta-feira, 22, que, embora não sejam em valores expressivos, os crescimentos ocorrerão com as empresas com finanças saneadas.

Para o secretário, o principal fator para retomada do crescimento é retomada da confiança fiscal. “A economia não voltou no ano passado por conta da alavancagem das empresas e famílias. Como o endividamento era alto, não era possível crescer”, explicou. “Agora, o crescimento não será exuberante, não vamos crescer os 7% ou algo assim de 2010, mas a expansão acontece com desalavancagem. As empresas estão pagando dívidas”, completou

Segundo ele, a aprovação da lei da terceirização terá impacto positivo no PIB, mas ainda não foi mensurado. “Já a reforma da Previdência – integral, da forma como foi envidada ao Congresso – terá impacto no crescimento do PIB e nos investimentos”, destacou.

Além disso, projetou o secretário, se famílias usarem R$ 20 bilhões do FGTS, o impacto no PIB será de 0,35 ponto porcentual. “Cenários sobre o FGTS estão sendo computados no cenário base para o PIB, com maior peso no segundo semestre. Mas, mesmo sem o FGTS, haveria crescimento da economia. Já a safra expressiva de grãos tem impacto importante no 1º trimestre de 2017”, analisou.

Kanczuk disse ter certeza de que o setor privado ocupará o lugar deixado pelo governo na economia. “É zero o risco de isso não acontecer. Tudo o que a gente precisa do setor privado é a busca por felicidade e a busca por lucro. Isso é mais certo que a morte”, avaliou.

O secretário confirmou que a grade de projeções atualizadas hoje pela Fazenda é a mesma que será usada no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias que será divulgado hoje. Como o Orçamento deste ano foi aprovado com base em um PIB de 1,6%, a diferença que impactará o contingenciamento é de 1,1 ponto porcentual.