O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, disse nesta quarta-feira, 22, que há um alto grau de confiança de que a economia crescerá 0,49% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre do ano passado.

“O ministro Henrique Meirelles tem repetido e estamos 100% alinhados com os indicadores antecedentes da economia que estão com uma cara muito boa. Quando falamos em novembro do ano passado que o 1º trimestre de 2017 seria positivo, muita gente questionou, mas agora o questionamento é muito menor e muita gente entende que será positivo”, afirmou.

O secretário avaliou que o ponto de retomada está mantido no primeiro trimestre deste ano. “Tenho convicção bastante grande que o Brasil virou a curva e começa a crescer no 1º trimestre. Tenho convicção elevada de que Brasil começará a ter crescimentos expressivos”, reforçou.

Para ele, não houve uma “surpresa grande” com o resultado menor no último trimestre de 2016. “O que surpreendeu foi a velocidade da desalavancagem no fim do ano, mas vejo isso como uma notícia boa, e não uma frustração. Desalavancou e agora a economia está pronta para crescer”, completou.

Kanczuk defendeu que, na comparação por trimestres, o 4º trimestre será o ponto de crescimento mais forte deste ano, a partir do qual voltará a normalidade. “Enxergamos um crescimento de 2,5% como a normalidade da economia, e por isso essa é a projeção para o PIB de 2018. E a probabilidade de haver cenários melhores em 2018 é maior que a de haver cenários piores. O cenário base é estimado em 2,5%, com assimetria para cima”, esclareceu.

Confrontado com as afirmações de Meirelles de que a economia poderia crescer mais de 3% em 2018, Kanczuk afirmou que o cenário de 2,5% divulgado hoje é consistente com a fala do ministro. “As projeções estão caminhando para crescimento acima de 3% como citado pelo ministro”, alegou.

Um dos fatores que podem aumentar esse resultado, destacou, é a reforma microeconômica para melhorar ambiente de negócios. “Isso pode elevar PIB potencial do Brasil em 0,7 ponto porcentual. Além disso, com a PEC do Teto, a despesa federal vai cair para 15% ou 16% do PIB em dez anos. Com maior participação privada na economia, PIB potencial pode aumentar 0,7 p.p.”, explicou.

Para Kanczuk, ao longo da próxima década, o Brasil poderá sair de um PIB potencial de 2,3% ou 2,5% para 3,7% ou 3,8%. “Sem reformas, o crescimento potencial continuaria perto de 2,5%, mas com as reformas o crescimento potencial poderia ser um pouco abaixo de 4%”, concluiu.