Um conjunto de fatores colaborou para que o dólar tivesse forte valorização nesta sexta-feira, 24, após fechar ontem no menor nível desde maio de 2015. Além do avanço da moeda no exterior, a briga pela Ptax e a cautela antes do feriado prolongado se somaram a questões políticas e ao vencimento de quase US$ 4,5 bilhões em swaps para impulsionar a divisa norte-americana.

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 1,85%, a R$ 3,1095, após oscilar entre a mínima de R$ 3,0715 (+0,60%) e a máxima de R$ 3,1187 (+2,15%). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 2,678 bilhões. No mês de fevereiro, o dólar caiu 1,29%, enquanto em 2017 acumula queda de 4,38%.

No mercado futuro, o dólar para abril fechou com valorização de 1,39%, a R$ 3,1350. O volume financeiro somou US$ 22,618 bilhões. A divisa norte-americana avançou ante a maioria das moedas emergentes e de países exportadores de commodities, como o rublo russo (+1,19%), o peso mexicano (+1,06%) e a lira turca (+1,01%).

A máxima do dia ocorreu pouco depois do fechamento da Ptax. Terminada a briga para a definição da taxa que liquida os derivativos cambiais, os vendedores se retiraram do mercado e o dólar fortaleceu seus ganhos. A Ptax fechou a R$ 3,0993, em alta de 1,16% no dia, mas com queda de 0,89% no mês de fevereiro.

Há ainda o impacto do vencimento de US$ 4,553 bilhões em swaps que expiram no dia 1º de março. Apesar de já ter sido parcialmente precificado, dado que o volume ofertado pelo Banco Central nos últimos dias indicava que o vencimento não seria inteiramente rolado, o montante elevado não deixou de fazer preço no mercado. Agora, os investidores aguardam qual será a estratégia da autoridade monetária para o próximo mês, considerando que em maio vencem US$ 9,711 bilhões.

Além disso, o BC não ofertou leilões de linha, como muitos operadores esperavam, o que obrigou alguns agentes financeiros a comprar a moeda no mercado, seja para manter sua carteira ou fazer hedge cambial.