Depois de dois anos no mercado e de já ter abocanhado 7% de participação no Brasil, de acordo com a Nielsen, a marca de água de coco Obrigado prepara a sua maior expansão desde que foi criada. “Nossa produção anual passará de 7,5 milhões de litros, em 2016, para 17 milhões de litros em 2017”, diz Roberto Lessa, vice-presidente da empresa.

A meta é quintuplicar a presença da marca no Brasil dentro de três anos. “Hoje estamos presentes em 27 mil pontos de venda no País, mas vamos expandir para além dos grandes varejistas”, diz Lessa. Para isso, entretanto, a Obrigado tem de vencer alguns obstáculos. Enquanto os concorrentes conseguem permanecer um ano e meio nas prateleiras, o produto da marca tem vida útil de 6 meses. “É porque não há conservante, nem açúcar ou água adicionada”, diz Lessa.

Os gringos querem coco

Obrigado

Se, por um lado, a água de coco 100% natural pode acarretar problemas logísticos, por outro traz benefícios em termos de imagem, principalmente no mercado externo. Atualmente, 30% de toda a produção são exportados para países como Estados Unidos, Holanda, França e Reino Unido. Em cinco anos, as vendas para os países estrangeiros devem representar 60%. E a marca já tem um bom canal fora do Brasil.

Fruto de um investimento de R$ 600 milhões, a Obrigado nasceu a partir de aportes de uma empresa familiar americana chamada Cilento. A origem da empresa chama a atenção. Em 2006, os americanos passaram a comprar terras no nordeste da Bahia para explorar o turismo. Diante de tantos coqueiros, se perguntaram se não poderiam explorar esse segmento.

Tecnologia na lavoura

Obrigado

O desenvolvimento do projeto começou em 2010 e só foi inaugurado em dezembro de 2015. No total, a companhia conta com uma área de 6,6 mil hectares de terra dos quais 2,2 mil destinados a plantações de coqueiros. A produção média de sua fazenda é de 200 frutas por planta por ano, enquanto a média nacional é de 34 frutas por planta por ano.

O segredo, diz Lessa, foi dividir a propriedade em pequenas áreas de 20 hectares e designar um responsável para cada pedaço de terra. “O funcionário visita aquela área todos os dias, acompanha cada detalhe da plantação e tudo é informatizado.” Cada árvore tem um código de barra e os funcionários trabalham munidos de máquinas digitais.

(Nota publicada na Edição 1007 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi, Márcio Kroehn e Paula Bezerra)