A Casa Branca advertiu Pequim, nesta segunda-feira (23), de que os Estados Unidos defenderão “os interesses internacionais” no Mar da China Meridional e que o comércio deve ser “uma via de mão dupla”.

Em sua primeira coletiva de imprensa diária, o porta-voz do presidente Donald Trump, Sean Spicer, deixou claras as linhas do novo governo em relação à China.

O presidente “entende o mercado que a China tem, e nosso desejo é continuar penetrando nesse mercado. Mas também reconhece que há muitas preocupações sobre como somos tratados na hora de entrar no mercado chinês”, afirmou Spicer.

“Se essas ilhas estão de fato em águas internacionais e não fazem parte da China, atuaremos de modo a defender os (interesses) internacionais para que não sejam minados por outro país”, disse Spicer.

Durante a sabatina no Senado para confirmação do cargo, há duas semanas, o novo secretário de Estado Rex Tillerson ameaçou advertir a China que “as construções nas ilhas deviam parar e que seu (acesso) a essas ilhas não será permitido”.

A imprensa chinesa alertou que, se essa iniciativa se concretizar, pode haver um confronto militar.

Pequim reivindica a maior parte do Mar da China Meridional, mas os países próximos – entre eles Filipinas, Vietnã, Brunei e Malásia – também têm pretensões territoriais, e cada um deles controla várias ilhotas nessa grande área.

Assim como outras nações asiáticas vizinhas, para afirmar sua soberania, a China trabalha para ampliar o controle de suas ilhotas, construindo e projetando portos, faróis, pistas de pouso e infraestruturas militares, segundo Washington e especialistas militares.

Há mais de dois anos, o governo Barack Obama denunciava a “militarização” do Mar da China Meridional por parte de Pequim, mas se esforçava em privilegiar uma solução multilateral do conflito.

Ainda assim, enviou várias vezes seus navios de guerra aos arredores das ilhas controladas pela China, sem chegar a ameaçar com um bloqueio essa rota marítima estratégica para o comércio mundial.

Em matéria de comércio bilateral, o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, reconheceu que a China é “um grande mercado para os Estados Unidos”, mas ressaltou que o comércio mundial deve “caminhar nos dois sentidos”.