DIN1015-sustenta2A saída para o aquecimento global é simples: reduzir as emissões de carbono e garantir que o planeta não aqueça mais do que 2°C, até 2050, como foi estabelecido no Acordo de Paris, no final de 2015. Mas, e se não for possível? A ciência, aparentemente, já tem uma alternativa. Trata-se da chamada geoengenharia, um ramo de estudos que tem ganhado adeptos em grandes universidades. A ideia é desenvolver mecanismos tecnológicos que compensem os efeitos da atividade econômica ao meio ambiente, esfriando artificialmente a atmosfera. Uma reportagem da revista MIT Technology Review, publicada na terça-feira 18, aponta que cada vez mais cientistas consideram esse tipo de tecnologia mais do que uma opção: uma necessidade. “Todo mundo está pensando em manter os 2°C, mas eu acho que teremos sorte se conseguirmos ficar em 4°C”, afirmou Daniel Schrag, diretor do Centro de Meio Ambiente da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, à publicação.

A reportagem cita um trabalho de David Mitchell, pesquisador da Universidade de Nevada, que estuda uma maneira de criar nuvens artificiais usando drones. Já os professores de Harvard David Keith e Frank Keutsch pretendem desenvolver materiais que, lançados na estratosfera, reflitam as radiações solares. No próximo ano, eles planejam lançar um balão atmosférico para dar início às pesquisas. Há, no entanto, muita polêmica em torno do assunto. Um grande número de cientistas também acredita que não é seguro tentar manipular o clima terreno e que os efeitos colaterais podem ser piores do que lidar com as consequências do aquecimento global. “Nós sabemos que os problemas são as emissões de gases do efeitos estufa”, afirma Dan Cziczo, cientista do MIT. “Então, a solução é eliminar os gases. Não devemos tentar algo que não entendemos.”

(Nota publicada na Edição 1015 da revista Dinheiro)