Parecem fones de ouvido sofisticados, mas as pontas no interior atuam como eletrodos para estimular o cérebro.

Segundo a empresa californiana Halo Neuroscience, esses fones de ouvido podem ajudar a melhorar o desempenho de atletas, pilotos e cirurgiões e potencialmente ser usados na reabilitação de vítimas de derrame cerebral.

“O cérebro é um órgão elétrico”, disse Daniel Chao, médico e cofundador da Halo, sobre o produto lançado nesta semana na conferência Fortune Brainstorm Tech.

Chao explica que, ao estimular o córtex cerebral, o aparelho pode “extrair um potencial latente” que está no cérebro e melhorar o desempenho de pessoas que devem tomar decisões rápidas e fazer movimentos repentinos, como os atletas.

Essa empresa de San Francisco começou vendendo os fones de ouvido por 749 dólares, e hoje tem acordos com o time de beisebol San Francisco Giants e com a equipe olímpica americana de esqui para incluir esses dispositivos em seus programas de treinamento.

Chao diz que o exército dos Estados Unidos é o maior cliente da empresa. Os militares utilizam o aparelho para melhorar o desempenho de tropas de operações especiais.

É recomendado aos usuários utilizar os fones 20 minutos por dia para ter maior estimulação elétrica e “para criar conexões mais fortes e otimizadas entre o cérebro e os músculos”, de acordo com o site da empresa.

Chao, que estudou neurocirurgia em Stanford, já trabalhou em uma empresa chamada Neuro Pace, que utiliza a estimulação elétrica para tratar epilepsia.

Ele diz que sua pesquisa encontrou pouca ajuda em medicamentos na hora de tratar essa doença, e decidiu estudar a “eletricidade como remédio para o cérebro”.

Agora tenta obter a aprovação do governo americano para que essa tecnologia tenha aplicações médicas, e diz que a primeira poderia ser ajudar na reabilitação de pacientes que sofreram derrames cerebrais.