O dólar opera em alta desde a abertura da sessão, reagindo à decisão do presidente da República, Michel Temer, de retirar servidores estaduais e municipais da reforma da Previdência. A queda de commodities e da maioria de moedas emergentes no exterior em razão das incertezas políticas nos Estados Unidos também é precificada, segundo operadores do mercado.

Nesse ambiente, os investidores minimizam a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de março para 0,15%, ante 0,54% em fevereiro, que ficou dentro do esperado.

No período da manhã, o dólar à vista renovou a máxima intraday, aos R$ 3,1093 (+0,75%) no mercado à vista, enquanto o dólar futuro para abril subia 0,50%, aos R$ 3,1135, ante máxima pouco antes, aos R$ 3,1190 (+0,66%).

A medida de Temer representa a primeira derrota da equipe econômica, que defendia uma reforma previdenciária ampla, e aumenta a chance de elevação de impostos, visando tentar cobrir a meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões. Essa possibilidade poderá ser confirmada, ou não, na tarde desta quarta pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante a apresentação do tamanho do corte no orçamento de 2017.

“A impressão que fica é de que Temer preferiu poupar os políticos de desgate maior nas eleições de 2018 em detrimento de uma reforma robusta, que reduziria o risco fiscal do País”, disse um profissional de uma corretora.