O dólar oscilou nesta quarta-feira, 5, após a divulgação da ata da reunião de março do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que indicou que o BC dos EUA pretende começar a reduzir seu balanço mais adiante neste ano.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 110,67 ienes e o euro avançava a US$ 1,0681.

Os dirigentes do Fed concordaram na reunião do mês passado que devem começar a reduzir o balanço de US$ 4,5 trilhões do banco ainda neste ano, segundo a ata. Ainda assim, os dirigentes seguem indecisos sobre questões importantes, entre elas o ritmo da redução e para que nível. O BC tem mantido seu portfólio ao reinvestir o lucro de títulos que vencem em novos bônus e títulos hipotecários. A interrupção desses investimentos permitirá a redução do portfólio, o que em teoria impulsionará os juros de longo prazo e o dólar.

Ainda assim, analistas dizem que a abordagem cautelosa do Fed no ajuste da política deve gerar um resultado mais discreto no mercado. Os dirigentes indicaram que poderiam interromper o processo de elevação dos juros enquanto reduzem o balanço. Os juros mais altos em geral apoiam o dólar, ao tornar os ativos dos EUA mais atraentes para os investidores.

“Nós temos visto que a política do Fed é gradual em tudo”, disse Minh Trang, operador sênior de câmbio do Silicon Valley Bank. Segundo ele, o mercado terá tempo para ajustar expectativas à política do Fed.

Os indicadores desta quarta-feira, por sua vez, vieram mistos. A ADP informou que o setor privado dos EUA gerou 263 mil vagas e março, acima da previsão dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal, de 180 mil. O relatório oficial de geração de empregos sai nesta sexta-feira. Já o índice de atividade do setor de serviços do Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) caiu de 57,6 em fevereiro para 55,2 em março. Analistas esperavam 57,0.