O dólar oscila nesta sexta-feira, 28, com investidores demonstrando preocupação quanto à greve geral e ao avanço da reforma da Previdência no Congresso. A moeda, que abriu os negócios cotada a R$ 3,1840, avançou durante a manhã e chegou a marcar R$ 3,2142 (+1,02%) por volta das 11h30. Às 15h40, a divisa oscila e chega a tocar o terreno negativo, negociada a R$ 3,1812 (-0,02%).

A Bolsa, por outro lado, abriu o pregão em alta e acelerou a tendência passada a apreensão da manhã, que teve manifestações pontuais em grandes capitais. O mercado de ações também reage à safra de balanços, com resultados corporativos mais favoráveis, e a alta das commodities. Às 15h40, a Bolsa avança 0,91%, aos 65.267,60 pontos.

O economista-chefe da Guide Investimentos, Ignácio Crespo, disse que um sentimento de cautela foi retomado porque o primeiro vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos principais defensores da reforma da Previdência no Congresso, admitiu que não tem votos suficientes para aprovar a reforma da Previdência.

“Precisamos de uns 30 dias para amadurecer o texto com a base”, afirmou Perondi ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Crespo acrescentou que não se sabe também ainda qual será o impacto da greve geral sobre as votações do Congresso. O economista destacou ainda que o avanço frente o real contraria a queda do Dollar Index e também em relação a moedas emergentes e ligadas a commodities no exterior em meio á alta de preços das matérias-primas, como petróleo e cobre.

Segundo ele, os dados ruins do mercado de trabalho brasileiro – fechamento de 1,225 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano e novo patamar recorde de 14,2 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em março de 2017 – não afetam os negócios porque já eram esperados.