O dólar caiu nesta sexta-feira, 10, após o relatório mensal de empregos (payroll) dos EUA reforçar a expectativa de alta de juros na próxima semana, mas não alterar as expectativas dos investidores para a trajetória da taxa ao longo deste ano. O euro, por sua vez, mostrou força após relatos de que os dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) teriam discutido a possibilidade de elevar os juros ainda antes de acabar com seu programa de compra de bônus.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 114,70 ienes e o euro avançava a US$ 1,0695.

O Departamento do Trabalho informou que os EUA geraram 235 mil vagas em fevereiro, enquanto o desemprego caiu de 4,8% para 4,7%. Analistas previam 197 mil novas vagas e taxa de desemprego em 4,7%.

Analistas disseram que o dado reforçou o argumento de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevará os juros na próxima semana. Alguns aspectos do relatório, porém, geraram dúvidas sobre quão agressivamente o banco central deve apertar a política monetária no restante do ano, disse Brad Bechtel, estrategista de câmbio do Jefferies Group.

O crescimento dos salários foi de 0,23% em fevereiro ante o mês anterior, um pouco abaixo da expectativa de alta de 0,3% dos economistas ouvidos pelo Wall Street Journal. Bechtel afirmou que, caso o relatório viesse muito forte, isso poderia levar alguns a apostar em uma elevação de juros também em junho.

Os mercados veem 55% de chance de que o Fed eleve os juros na próxima semana com mais aperto em junho, segundo dados do CME Group. Investidores veem 59% de possibilidade de que o Fed eleve os juros três vezes ou mais ao longo de 2017.

Os juros mais altos em geral apoiam o dólar, já que com isso os ativos dos EUA se tornam mais atraentes para os investidores.

Economistas esperam agora as projeções do Fed e também a entrevista coletiva da presidente da instituição, Janet Yellen, após a decisão da quarta-feira. Analistas do Bank of America Merrill Lynch esperam que o Fed eleve a perspectiva, para refletir quatro elevações de juros neste ano, em vez das três atualmente esperadas. Isso deve impulsionar o dólar, apontam.

O euro, por sua vez, foi fortalecido diante da notícia de que alguns dirigentes do BCE teriam discutido uma elevação nos juros antes do fim do programa de compra de bônus da instituição. Taxas de juros mais altas aumentariam o apelo pela moeda comum entre os investidores.