O dólar subiu nesta sexta-feira, 7, apoiado pela demanda dos investidores por ativos de maior segurança, mesmo diante de um dado que desapontou no mercado de trabalho dos Estados Unidos.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 111,22 ienes e o euro recuava a US$ 1,0597.

O relatório mensal de empregos (payroll) de março mostrou criação de 98 mil vagas nos EUA, segundo o Departamento do Trabalho. O número representa uma forte desaceleração ante os dois meses anteriores e ficou abaixo da previsão de 175 mil dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O dólar inicialmente recuou levemente após o dado, mas se recuperou.

Analistas ponderaram que parte do relatório mostrou força no mercado de trabalho americano. A taxa de desemprego recuou a 4,5%, no menor nível desde maio de 2007, e o ganho médio por hora no setor privado subiu 2,7% em março na comparação anual.

“É claramente um número fraco, mas temos de ver se isso se torna uma tendência”, disse Vassili Serebriakov, estrategista de câmbio do Crédit Agricole.

Os investidores olham com atenção o dado em busca de sinais sobre a força econômica para ponderar sobre a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de quando elevar os juros adiante.

Serebriakov disse que o dado “absolutamente confirma que o Fed não tem pressa para elevar os juros em maio”. Juros mais altos tendem a impulsionar o dólar, já que tornam os ativos dos EUA mais atraentes para os investidores em busca de retornos.

Além disso, o dólar foi apoiado hoje pela busca por segurança, após um ataque com mísseis dos EUA na Síria. “Os ataques na Síria sem dúvida mudaram tudo”, comentou Eric Donovan, diretor gerente de câmbio e juros da INTL FCStone. O dado de emprego “veio bem abaixo, mas nós simplesmente temos muita coisa acontecendo e há muitas forças umas contra as outras”, disse Donovan.

O dólar ainda avançou mais ante o rublo, com investidores temerosos de que o ataque possa gerar mais tensões entre os EUA e a Rússia.