Comprada em 2012 pelo grupo francês Edenred, que reúne os negócios da bandeira Ticket, a brasileira Repom se especializou na gestão de frotas terceirizadas de grandes empresas e transportadoras e no relacionamento com mais de um milhão de caminhoneiros em todo o Brasil. Thomas Gautier, à frente da empresa desde o início de 2017, tem agora a missão de transformar a Repom, que movimentou R$ 6 bilhões em 3,5 milhões de viagens no País no ano passado, em uma das principais fontes de receita da companhia europeia no País.

Quais são as perspectivas do mercado brasileiro de gestão de frotas terceirizadas?
Entre 80% e 90% dos caminhoneiros ainda recebem por carta-frete (documento que vale dinheiro e pode ser trocado em postos parceiros do contratante). É difícil definir o tamanho desse mercado, mas nós estimamos que ele movimente entre R$ 110 bilhões e R$ 120 bilhões por ano. É um segmento cheio de oportunidades. Vamos buscar crescimento no nosso maior concorrente, que é a informalidade.

Como a Repom planeja ganhar espaço?
Temos 600 clientes que contratam esses serviços, boa parte deles de grande porte e de setores como agronegócios e papel e celulose. Queremos penetrar mais na faixa das pequenas e médias empresas. Um dos focos é investir em vendas cruzadas com a Ticket Log, companhia de gestão de frotas próprias do grupo, que tem uma base de cerca de 27 mil clientes.

Os caminhoneiros são outra ponta importante do negócio da Repom. Qual é a base atual de usuários?
Temos cerca de 500 mil caminhoneiros usuários do nosso cartão, que, além do recebimento do frete e do vale-pedágio, dá direito a saque em bancos 24 horas, compras e descontos em 1,3 mil postos de combustíveis.

Qual é a prioridade nessa frente?
Há quatro anos, lançamos o Clube da Estrada, que são espaços para os caminhoneiros em postos parceiros e que oferecem acesso à internet, cursos online, área de descanso, cópia de documentos e exames básicos de saúde, entre outros serviços. Hoje, temos 15 unidades. Nossa ideia é chegar a até 80 clubes em três anos. Mais do que ampliar a base de usuários, queremos reter e fidelizar o que já temos.

(Nota publicada na Edição 1019 da Revisa Dinheiro, com colaboração de: Carlos Edurado Valim, Gabriel Baldochi e Moacir Drska)