A Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) registrou lucro líquido de R$ 4,9 bilhões em 2016, mais de nove vezes o ganho de R$ 517,2 milhões anotados em 2015. O forte aumento é influenciado pelo impacto de R$ 4,3 bilhões referente ao reconhecimento da remuneração a que a companhia terá direito para um conjunto de ativos conhecidos no setor como RBSE (Rede Básica do Sistema Existente). São ativos existentes antes de maio de 2000 e que não foram totalmente amortizados até o final de 2012, quando a companhia teve a renovação de suas concessões. Pelas regras para este novo contrato, a companhia deveria ter recebido uma indenização referente a esses ativos, mas isso só deve ocorrer a partir de 2017 e pelos sete anos subsequentes. O montante a receber foi reconhecido no balanço do terceiro trimestre. Conforme detalhou a companhia, excluindo o efeito relativo a esta indenização, o lucro líquido da Cteep seria de R$ 656,9 milhões em 2016, o que corresponde a um aumento de 27% comparado ao reportado em 2015. O resultado da equivalência patrimonial obtido pela Cteep ficou em R$ 267,7 milhões, 66% acima dos R$ 161,3 milhões positivos do ano anterior. A diferença decorre, principalmente, do melhor resultado com a subsidiária IEMadeira, influenciado pelo ajuste de ciclo da Receita Anual Permitida (RAP) 2016/2017, e do crescimento do resultado da IE Garanhuns. O resultado financeiro líquido do ano foi negativo em R$ 109,9 milhões, número 333,5% maior que o reportado um ano antes. A piora decorre principalmente do fim das receitas de variação monetária e de juros ativos e do aumento nas despesas de variação monetária pela atualização das provisões de demandas judiciais, entre outros motivos. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da companhia atingiu R$ 7,4 bilhões considerando os montantes relacionados ao RBSE, ou R$ 901,3 milhões desconsiderando esse efeito, frente os R$ 675,8 milhões reportados um ano antes. A margem Ebitda passou de 52,5% para 70,1% no período, pelo critério ex-RBSE, ou para 95,1%, considerando esse valor extraordinário. A receita líquida totalizou R$ 7,789 bilhões, considerando os valores de indenização, ou R$ 1,28 bilhão excluindo esse efeito, número praticamente estável frente o reportado em 2015. A companhia também divulgou seu desempenho pelo critério regulatório, que aponta para um lucro líquido de R$ 245,8 milhões no último ano, ligeiramente abaixo dos R$ 246,7 milhões do ano anterior. Já o Ebitda subiu 18,6%, para R$ 487,9 milhões, enquanto a receita avançou 7,3%, para R$ 954,8 milhões.