A falta de uma solução para a crise política e de um sinal claro sobre o andamento das reformas fiscalistas pesam sobre a Bovespa. O Ibovespa abriu em queda e está abaixo dos 64 mil pontos. O investidor estrangeiro, que registrou ingresso líquido na Bolsa desde o estouro do escândalo político envolvendo o presidente da República, deve ficar ausente do mercado brasileiro nesta segunda-feira, 29. Feriados nos Estados Unidos, Reino Unido e China reduzem a liquidez e também o direcionamento dado pelo exterior.

Às 10h51, o Ibovespa marcava 63.742 pontos em queda de 0,54%. O recuo acontece depois de o indicador ter avançado 2,31% na semana passada.

O petróleo alterna-se entre altas e baixas e assim influencia as ações da Petrobras, que abriram e passaram a ficar instáveis com o vai e vem da commodity. As outras blue chips também perdiam valor perto do horário acima, com exceção da Vale.

Principal preocupação do mercado nesta segunda, como afirmaram analistas de diferentes instituições, é a incerteza sobre o futuro das reformas fiscalistas. Na Câmara, parlamentares dizem que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou o início da votação da proposta previdenciária em plenário para entre 5 e 12 de junho só para “inglês ver”. A data seria uma mera sinalização positiva ao mercado financeiro de que o governo Temer ainda tem condições de governar. Nos bastidores, esses parlamentares preveem que a votação só começará no segundo semestre.

A crise política também afeta o mercado cambial, segundo o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Júnior. “O mercado precifica a mudança de ministro da Justiça Osmar Serraglio, substituído por Torquato Jardim ontem, além do pedido de demissão de Maria Silvia do BNDES e o rebaixamento da perspectiva do rating do Brasil pela Moody’s na sexta-feira”, disse.