O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu a explicação de que há correlação entre a extensão do ciclo de flexibilização monetária e o ritmo de corte no patamar de juro. Essas duas variáveis, cita o Banco Central, são relacionadas porque a taxa básica oscila conforme o estágio do ciclo de mudança do juro.

No parágrafo 21 da ata divulgada nesta terça-feira, 12, os diretores do BC dizem que “para uma dada estimativa da extensão do ciclo de flexibilização monetária, o ritmo de flexibilização depende do estágio do ciclo em que a política monetária se encontra”. Nesse trecho do documento, os diretores do BC notam que essa correlação não “necessariamente reflita mudanças no seu cenário básico ou no balanço de riscos”.

Diante dessa avaliação, todos os membros do Copom concordaram que a evolução da conjuntura e do balanço de riscos observados desde julho “mostrou-se compatível com a redução da taxa Selic para 8,25% ao ano”.

Juros ‘estimulativos’

O Banco Central voltou a defender que o atual cenário econômico brasileiro exige a adoção de juros reais “estimulativos” em patamar abaixo do estrutural. Os diretores do BC notam que o juro real atualmente já “tem efeito estimulativo sobre a economia”.

No parágrafo 19 do documento, os diretores do BC argumentaram que a conjuntura econômica atual “com expectativas de inflação ancoradas, medidas de inflação subjacente em níveis baixos, projeções de inflação ligeiramente abaixo da meta para 2018 e elevado grau de ociosidade na economia prescreve política monetária estimulativa”.

Nessa situação, o estímulo gerado pelo juro ocorre porque a taxa de juro fica abaixo da taxa estrutural. Ou seja, o patamar do juro incentiva a atividade.

Nesse trecho do documento, os diretores do BC notaram que as “estimativas dessa taxa envolvem elevado grau de incerteza”, mas que o colegiado entende que “as atuais taxas de juros reais ex-ante já têm efeito estimulativo sobre a economia”. Ex-ante é o juro real calculado com base na expectativa de inflação futura.