Com o governo do presidente Michel Temer em crise permanente, a estratégia do Planalto para mostrar que não está paralisado deverá ser a de adotar medidas com impacto na vida cotidiana das pessoas. O governo estuda, entre as ações imediatas, a revisão da tabela do Imposto de Renda, podendo reduzir a maior alíquota cobrada de pessoa física de 27,5% para 18%, agradando a classe média. A compensação para a perda de receita viria na taxação de dividendos de pessoas jurídicas. Sem ter sido debatida ainda pela equipe econômica, a ideia é do núcleo político do governo.

E não é só isso. O pacote de bondades também inclui reajuste do 4,6% do Bolsa Família. O martelo já foi batido pelos ministros Osmar Terra (Desenvolvimento Social) e Dyogo Oliveira (Planejamento).

Exemplo a não seguir. Quanto mais medidas práticas e rápidas melhor para o governo. Os articuladores políticos não querem repetir a cara da gestão Sarney, que vivia permanentemente em crise e não trocavam de agenda.

Com que roupa. Além de precisar passar pelo crivo da equipe econômica, o governo também ainda vai decidir se a proposta virá através de medida provisória ou projeto de lei.

Vai não vai. A possibilidade de o PSDB novamente adiar a decisão de desembarcar ou não do governo irritou a ala jovem do partido. Os “cabeças pretas” ameaçam radicalizar o discurso se isso se confirmar.

À espera. Acusado de ser o operador financeiro de Sérgio Cabral, Carlos Emanuel de Carvalho Miranda terá o habeas corpus julgado amanhã, no STJ. Ele é acusado de receber e repassar propina entre a Andrade Gutierrez e a Petrobrás para obras da Comperj.

Debaixo do tapete. No julgamento do TSE, Herman Benjamin e Luiz Fux defenderam que se discuta o que fazer com leis e MPs que foram compradas pelo esquema do Petrolão. Foram os primeiros e únicos a tocar no assunto.

Reencontro. Grávida de oito meses, Ana Seleme, mulher do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, já foi visitar o marido na prisão.

Reação. Há um movimento no Senado para salvar Aécio Neves caso o STF rejeite o recurso para devolver seu mandato.

Pode isso, Arnaldo? O argumento é que não há previsão de afastamento de senador em nenhum regulamento da Casa.

Na gaveta. Apesar do pedido do presidente do Senado, Eunício Oliveira, Edson Fachin ainda não despachou sobre a devolução das 12 maletas anti-grampos aprendidas no Senado em outubro do ano passado.

Próximo… Irmão do ex-deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ), Nelson Nahim (PSD-RJ) é o primeiro suplente caso a Câmara resolva afastar o deputado preso Celso Jacob (PMDB-RJ).

Novo casamento. A aliados, o ministro Antonio Imbassahy (PSDB-BA) confidenciou passar mais tempo com o presidente Michel Temer do que com sua mulher. Isso incluindo já as horas de sono.

Pula a fogueira. Por causa das festas juninas, a bancada do Nordeste já começa a rarear em Brasília.