O consumo de gás natural no País somou 53,87 milhões de metros cúbicos diários em janeiro, o que corresponde a uma queda de 20,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a dezembro, a queda foi de 7,7%. Os dados fazem parte do levantamento estatístico da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), feito com concessionárias em 20 Estados, reunindo dados na indústria e nos segmentos residencial, comercial e automotivo, entre outros.

“O consumo de gás natural no mês de janeiro costuma ser fortemente impactado pela sazonalidade do período. É um mês de menor atividade e no qual muitos consumidores estão em período de férias. A redução da atividade econômica no País também teve peso nesse resultado”, disse o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, por meio de nota.

Na contramão do movimento, ele destacou o crescimento de 11,08% no consumo de Gás Natural Veicular (GNV) na comparação com janeiro de 2016. “O crescimento do GNV é a boa notícia, mostrando como o gás natural vem sendo uma opção cada vez mais atraente no segmento automotivo”, comentou. Em relação a dezembro, porém, houve retração no segmento de 6,14%.

Na indústria, a desaceleração da atividade e a sazonalidade do período reduziram o consumo no segmento, que foi de 24,4 milhões de metros cúbicos diários. A queda foi de 2,5% em relação a janeiro de 2016 e de 2,8% frente aos dados de dezembro.

O consumo de gás na geração elétrica também contribuiu fortemente para o desempenho negativo em janeiro, na comparação anual. O segmento consumiu 41% menos no primeiro mês deste ano, frente a igual etapa do ano passado. Em relação ao mês anterior, houve ligeira alta de 1,8%.

No segmento comercial, houve um recuo de 2,5% frente aos dados de janeiro de 2016, “reflexo da desaceleração econômica do País”, disse a entidade. No comparativo com dezembro, a queda foi de 23,26%.

Já no mercado residencial, o consumo cresceu 12,7% na comparação anual, mas caiu 30% frente aos números de dezembro de 2016. A entidade lembra que o segmento é normalmente impactado pela sazonalidade do período de férias e do verão na comparação entre dezembro e janeiro.

Por fim, em projetos de cogeração, o crescimento do consumo de gás foi de 9,8% na comparação anual e de 1,6% frente ao mês anterior.

Salomon reiterou sua defesa de propostas setoriais, como a adoção de políticas tributárias “adequadas e justas para a cadeia de produção” e a regulamentação do acesso às infraestruturas essenciais como gasodutos de escoamento e terminais de regaseificação, entre outras, para favorecer a criação de um ambiente de negócios favorável para atrair novos investimentos e incentivo ao desenvolvimento do mercado de gás natural.