O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,3% na passagem de julho para agosto, atingindo 103,1 pontos. O indicador teve alta de 14,6% na comparação com agosto de 2016.

“A avaliação das condições atuais impactou positivamente o indicador. A desaceleração da inflação e a redução do custo do crédito vêm preservando o poder de compra das famílias e impulsionando levemente as vendas do comércio no período”, disse em nota Bruno Fernandes, economista da CNC.

A instituição destaca ainda que o volume de saques nas contas inativas do FGTS atingiu pontualmente as vendas do varejo, com destaque aos segmentos de móveis e eletrodomésticos, tecidos e vestuário, e materiais de construção.

O subíndice da pesquisa que mede a percepção dos comerciantes sobre as condições correntes chegou a 74,2 pontos, uma alta de 1,1% ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal. Na comparação anual houve variação positiva de 57,1%, mas ainda se encontra na zona negativa, abaixo dos 100 pontos.

Segundo a CNC, a avaliação dos varejistas em relação às condições atuais melhorou em todos os itens, com destaque para a economia. A percepção dos comerciantes em relação ao setor e à própria empresa teve melhora de 1,6% e 1,0%, respectivamente, na comparação mensal.

Em agosto, 37,2% dos comerciantes consideraram que o desempenho do comércio está melhor do que há um ano. No mesmo mês do ano passado, esse porcentual foi de 19,2%.

Insegurança no curto prazo

Único item na zona positiva da pesquisa, com 146,1 pontos, o subíndice que mede as expectativas do empresário do comércio teve queda de 3,1% na comparação mensal e avanço de 3,5% na comparação com agosto de 2016.

Para a CNC, a piora nas expectativas para o curto prazo quanto ao desempenho da economia (-4,5%), do comércio (-3%) e da própria empresa (-2%) está associada às incertezas geradas na política para o desempenho da atividade econômica nos meses à frente. Mesmo assim, 77% dos entrevistados acreditam que a economia vai melhorar. Em julho, esse porcentual havia alcançado 75,9%.

Disponibilidade para investir

Em relação às intenções de investimento do comércio, houve leve aumento de 0,4% em agosto, com ajuste sazonal, alcançando 89 pontos. Para 29% dos comerciantes consultados em agosto, o nível dos estoques está acima do que esperavam vender, proporção menor que a apontada em julho (29,4%).

De acordo com a CNC, “sinais de retomada gradual das vendas do varejo no curto prazo fortalecem o cenário de um desempenho mais favorável em 2017”. Apesar de considerar o efeito dos recursos de saques no FGTS temporário, a Confederação estima que o volume de vendas do comércio ampliado em 2017 deva crescer +1,8%.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) detecta as tendências do setor, do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6.000 empresas situadas em todas as capitais do País, e os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.