O Índice de Confiança do Comércio (Icom) subiu 3,5 pontos na passagem de março para abril, saindo de 85,6 pontos para 89,1 pontos no período, informou na manhã desta quinta-feira, 27, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O indicador alcançou o maior nível desde outubro de 2014. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice avançou 3,4 pontos, a terceira alta consecutiva.

“O resultado de abril consolida um novo patamar para o Icom, moderadamente baixo, mas já distante dos níveis de exceção do período francamente recessivo dos últimos anos”, avaliou Aloisio Campelo, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

Houve melhora na confiança em oito dos 13 segmentos pesquisados em abril. O avanço do Índice foi determinado pela alta no Índice de Situação Atual (ISA-COM), que subiu 6,8 pontos no mês, atingindo 82,9 pontos. O indicador de Expectativas (IE-COM) registrou pequeno aumento de 0,2 ponto, alcançando 95,8 pontos.

“Chama atenção a virtuosa redução da distância entre os indicadores que medem o grau de satisfação com a situação atual, com alta expressiva em abril, e os que captam expectativas em relação aos próximos meses. Apesar das boas novas, a incerteza em relação às perspectivas de retomada sustentada do crescimento pode ser ilustrada pela queda da confiança do consumidor no mês”, completou Campelo.

No ano, o ISA-COM já avançou 15,3 pontos, enquanto o IE-COM cresceu 5,8 pontos. Em abril, a maior contribuição para a alta do ISA-COM foi do quesito que mede a satisfação com o volume de demanda atual, que subiu 8,7 pontos em relação ao mês anterior, para 81,0 pontos. A tímida melhora do IE-COM foi determinada pelo avanço de 0,4 ponto do indicador que mede o otimismo com as vendas nos três meses seguintes, que chegou a 96,3 pontos.

O Indicador de Expectativas com o Total de Pessoal Ocupado no comércio também evoluiu positivamente em abril. Considerando as médias móveis trimestrais, a proporção de empresas prevendo aumentar o total de pessoal ocupado nos três meses seguintes ficou em 12,9%, enquanto a fatia das que preveem reduzir ficou em 15,5%. Em dezembro, estes porcentuais eram de 9,5% e 16,9%, respectivamente. O resultado pontual de abril é ainda mais expressivo: 15,2% das empresas preveem aumentar o pessoal ocupado e 12,0% estimam reduzi-lo.

“A diminuição da distância entre as parcelas de empresas que pretendem aumentar ou diminuir o quadro pessoal mostra que o setor pode estar próximo de voltar a contratar”, completou a FGV.

A coleta de dados para a edição de abril da sondagem foi realizada entre os dias 3 e 25 do mês e obteve informações de 1.061 empresas.