A Comissão Europeia revelou nesta quarta-feira uma série de propostas para melhorar as condições de vida e de emprego dos europeus, com o objetivo enfrentar o avanço do euroceticismo no bloco.

“Observem o que está acontecendo na França na campanha eleitoral, a política social é uma das prioridades na mente das pessoas. O que temos que fazer é recuperar a confiança nas instituições”, afirmou a comissária europeia de Assuntos Sociais, Marianne Thyssen.

A eleição presidencial na França tem na disputa do segundo turno uma candidata antieuropeia e um aspirante pró-UE.

Em um contexto de recuperação na UE após a crise financeira mundial de 2008, que obrigou a deixar o chamado “pilar social” estagnado, a Comissão fez da convergência dos direitos sociais entre países uma de suas prioridades para o bloco, mas especialmente para os 19 países da zona euro.

No discurso sobre o estado da UE, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu em setembro de 2015 mais esforços para “conseguir um mercado trabalhista justo verdadeiramente paneuropeu”.

Em fevereiro, Bruxelas pediu ao bloco que enfrentasse o “legado” da crise, como o desemprego e a pobreza.

Para a comissária europeia, “é necessária uma maior convergência econômica e social” na zona do euro, já que existe uma “única política monetária”. Embora seja “desejável para todos os Estados-membros”, acrescentou Thyssen, no momento em que o Reino Unido, um dos principais obstáculos a esta política social, inicia o processo de divórcio da UE.

E, além de frear os eurocéticos, Bruxelas busca enfrentar os desafios do século XXI: globalização, envelhecimento da população e era digital, embora para os eurodeputados social-democratas e ecologistas não se avança o suficiente.

As iniciativas apresentadas pela Comissão pretendem conciliar de maneira mais eficiente a vida trabalhista e familiar, ampliando nos países europeus várias medidas como a licença paternidade de pelo menos 10 dias e outras licenças para pais e mães com filhos de até 12 anos.

O Executivo europeu também apresentou a proposta de uma licença de cinco dias por ano para cuidar de um parente enfermo, em um contexto de envelhecimento gradual da população do continente.

As medidas devem ser discutidas com a Eurocâmara e com o Conselho da UE, que representa os 28 países do bloco, algo importante já que a maior parte da política social permanece nas mãos dos governos nacionais.