O comércio internacional dos países do G-20, o grupo das 20 economias mais avançadas do globo, apresentou crescimento pelo terceiro trimestre consecutivo na margem de outubro a dezembro do ano passado, de acordo com um levantamento apresentado hoje em Paris pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “No entanto, o comércio de mercadorias ainda permanece cerca de 10% abaixo dos níveis anteriores à crise financeira internacional”, considerou. Os dados estão expressos em termos correntes em dólares e com ajuste sazonal.

De acordo com a pesquisa, o crescimento das vendas externas do G-20 de outubro a dezembro de 2016 foi de 1,5% ante os três meses anteriores, para US$ 3,143 trilhões. Já as importações do grupo somaram US$ 3,113 trilhões, um avanço de 0,8%, no período. A OCDE salientou que as exportações haviam registrado expansão de apenas 0,3% no terceiro trimestre do ano, enquanto o aumento das importações havia sido de 0,7% no período – sempre na margem.

“As exportações no quarto trimestre de 2016 cresceram significativamente em função do aumento dos preços das commodities na Indonésia (12,9%), Austrália (12,4%) e Rússia (7,6%). As exportações também aumentaram fortemente na Argentina (4,1%), na Índia (3,4%), na Coreia (3,2%) e no México (3,1%)”, pontuou o relatório da Organização. Em grandes potências mundiais, no entanto, foram vistas contrações das vendas externas no período, como no caso da Alemanha (-1,3%), Japão (-0,8%), Estados Unidos (-0,8%) e Itália (-0,7%). Também marginalmente houve recuo na Turquia e no Reino Unido, de 0,1% em ambos os casos.

As importações no quarto trimestre de 2016 cresceram mais de 5% na Índia, Turquia, Argentina, Indonésia e Coreia e quedas significativas ocorreram no Canadá (-4,5%), na Rússia (-3,6%) e no Japão (-2,3%) e, em menor escala, na França, na Alemanha e no Reino Unido. De acordo com a OCDE, em parte, esse movimento refletiu as quedas no valor do euro e da libra esterlina em relação ao dólar. “As importações cresceram na Itália, pelo terceiro trimestre consecutivo (0,4%), mas em ritmo mais lento”, observou a entidade.

Na China, as exportações cresceram moderadamente ao final de 2016 (0,9%), a primeira expansão desde o terceiro trimestre de 2015. “O forte crescimento das importações (3,6%), no entanto, fez com que o superávit comercial da China baixasse para seu menor nível desde o terceiro trimestre de 2014”, comparou a Organização.

Brasil

O documento não traz destaques para o Brasil, um dos membros do G-20. Pelos dados divulgados, o aumento das exportações domésticas no quarto trimestre do ano passado foi de 1,5%, para US$ 46 bilhões, enquanto as importações mostraram um recuo de 0,3%, para US$ 34,4 bilhões. Fazem parte do G-20 Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia.