Ribeirão Preto, 16 – Se o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Cartelização da Citricultura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pouco trouxe sobre prática anticoncorrencial das companhias do setor, ao menos o documento, aprovado nesta quarta-feira (16), aponta dados financeiros e de processamento restritos das chamadas gigantes do suco. O relatório mostra, por exemplo, que Cutrale, Citrosuco e o braço citrícola da Louis Dreyfus Company (LDC) faturaram, juntas, em torno de R$ 7,8 bilhões no ano passado.

O relatório aponta que a Cutrale obteve um faturamento de “quase R$ 3 bilhões” em 2016, sendo a maior empresa do setor, e mostra que “a empresa possui diversos financiamentos em bancos públicos, com o montante total de R$ 53,107 milhões”. A companhia, de acordo com o relatório da CPI, processou em torno de 82 milhões de caixas (de 40,8 quilos cada) no ano passado, 40,7 milhões de caixas de laranjas próprias e 41,3 milhões de caixas de terceiros.

“Pudemos verificar através dos registros internos da empresa, preservando a divulgação dos números gerais, um crescimento substancial, seja em quantidade de área, com novas fazendas (20%), seja com crescimento de produção (próximo de 8%) de 2013 até 2016”, informou a CPI. “É importante verificar que de 2013 para 2016 a diminuição da compra de terceiros se deu na grandeza de 38,5%, o que causa um grande impacto na cadeia”, completou o documento.

Sobre a Citrosuco, segunda maior processadora do País, a CPI relata apenas que a empresa faturou R$ 2,836 bilhões no ano passado. “A empresa não respondeu nenhum dos questionamentos referentes a informações técnicas, de quantidade de produção própria e compra de terceiros, de preços praticados e operação.” Já a LDC relatou faturamento de R$ 1,808 bilhão no ano passado e uma produção própria de 16,27 milhões de caixas de Laranja em 2016. “Assim como identificado na Cutrale, pudemos verificar o constante crescimento na produção própria, de mais de 10% de 2013 até 2016. Além disso, pudemos verificar uma queda de 23,5% na compra de terceiros de caixas de laranja, substancial para o período”, completou.