O dólar caiu ante o real nesta sexta-feira, 17, e consolidou uma semana de perdas, após três ganhos semanais consecutivos. O movimento acompanhou basicamente o desempenho da moeda norte-americana no exterior, em meio a um cenário sem muitas novidades. Os investidores ainda digerem a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), divulgada na quarta-feira, e buscam novas pistas sobre a política externa de Donald Trump, que podem afetar a cotação do dólar.

O dólar à vista no balcão terminou com baixa de 0,67%, a R$ 3,0987, encerrando a semana com perda de 1,44%. O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa hoje foi de US$ 806,182 milhões. No mercado futuro, o dólar para abril recuava 0,93% por volta das 17h15, a R$ 3,1055. O volume financeiro somava US$ 13,210 bilhões. A divisa norte-americana tinha um desempenho majoritariamente negativo ante outras moedas emergentes e de países exportadores de commodities, com destaque para as perdas frente ao peso mexicano (-0,91%), rublo russo (-0,69%) e rand sul-africano (-0,42%).

Sem grandes notícias no noticiário global, os investidores apenas acompanharam o discurso de Trump, que se encontrou com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. “Não sou isolacionista, mas defendo o comércio justo. Não queremos uma situação igualitária, queremos justiça”, afirmou a um jornalista que o questionou por sua postura protecionista. Apesar disso, em uma entrevista na noite anterior ele voltou a defender a imposição de um imposto de fronteira. “Se você quiser construir uma fábrica no México, tudo bem; mas irá pagar um grande imposto de importação”, comentou.

O economista da Nova Futura Pedro Paulo Silveira afirma que há um clima de otimismo com a economia global e cita a capa da revista Economist, que fala sobre a recente surpresa positiva com o crescimento e traz uma imagem de diversos balões em ascensão, cada um deles representando um país. Estão em destaque as economias dos EUA, China, União Europeia, Japão e, no patamar mais baixo, ainda um pouco envolto em nuvens, o Brasil. “Hoje o mercado externo estava tranquilo e também tivemos alguns relatórios analíticos positivos, com algumas instituições financeiras melhorando as projeções para Brasil”, comentou.