Ribeirão Preto, 20 – O sócio da consultoria Canaplan e presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, avaliou nesta quinta-feira, 20, que a alta maior do PIS/Cofins para gasolina incentiva o consumo e a produção de etanol no País, mesmo com o reajuste do tributo também para o combustível renovável. Se somadas as altas das alíquotas do PIS/Cofins ao distribuidor e ao produtor, a alta chega a R$ 0,2073 por litro de etanol. Para a gasolina a alta é de R$ 0,4109 por litro, ou quase o dobro.

“Isso dá diferença necessária para que a produção do etanol volte a crescer. A alta da gasolina é tão grande que, mesmo que etanol suba, o combustível vai ser competitivo e é hora de o produtor voltar a produzir”, afirmou Carvalho. O açúcar deve ser beneficiado indiretamente, de acordo com o consultor. “Se as usinas priorizarem a produção do etanol, a oferta do açúcar pode ser menor, sinal positivo para contratos futuros da commodity”, concluiu.

Nota

Segundo nota divulgada hoje pelo governo, a alíquota do PIS/Cofins para a gasolina mais que dobrará, passando dos atuais R$ 0,3816 por litro para R$ 0,7925 por litro. A estimativa de arrecadação com o aumento é de R$ 5,191 bilhões até o fim do ano. Já a alíquota para o diesel subirá de R$ 0,2480 por litro para R$ 0,4615 por litro do combustível, com reforço de receitas de R$ 3,962 bilhões ao Tesouro até o fim do ano.

O aumento do PIS/Cofins para os produtores de etanol será menor, passando de R$ 0,1200 por litro para R$ 0,1309 por litro, com impacto de apenas R$ 114,90 milhões na arrecadação. Na distribuição do etanol, o PIS/Cofins estava zerado, mas voltará a ser cobrado em R$ 0,1964 por litro, com uma receita esperada de R$ 1,152 bilhão ainda este ano.