As vendas nos shopping centers da BRMalls estão mostrando um crescimento em julho em um ritmo similar ao de junho, antecipou o diretor presidente da companhia, Ruy Kameyama. Mesmo com a melhoria, o executivo manteve a cautela sobre a recuperação das vendas neste semestre.

“O ano começou morno e esquentou no segundo trimestre. Houve combinação de fatores para isso”, disse o executivo, citando queda da inflação e dos juros, estabilização do nível de emprego e a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

“As prévias de julho foram parecidas com junho. Então, pode ser que esse negócio se mantenha (no semestre)”, acrescentou.

Kameyama ponderou, entretanto, que o setor não contará com a continuidade do impulso gerado pelo FGTS, o que poderia tirar o fôlego das vendas. “Vamos ter que esperar para ver qual será a dinâmica”, disse.

Apesar da melhora, ele avaliou que o cenário ainda continua adverso para o varejo, o que alimentará a necessidade de continuidade na oferta de descontos para os lojistas ao menos até o fim de 2017. “Esse ano será de bastante cautela na maneira como tratamos os descontos. Eles ainda serão praticados em função do cenário desafiador do varejo”, disse.

As vendas totais dos lojistas nos shopping centers da BRMalls totalizaram R$ 5,314 bilhões no segundo trimestre de 2017, um crescimento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2016. No acumulado do primeiro semestre, as vendas bateram em R$ 10,333 bilhões, uma alta de 3,5%. Se forem considerados apenas os mesmos empreendimentos no portfólio, excluindo a venda de ativos entre os períodos, as vendas teriam crescido 6% no trimestre

Inadimplência

A BRMalls acelerou os processos de cobrança a lojistas inadimplentes de seus shopping centers, incluindo ações de despejo nos casos em que não foi possível um acordo de renegociação dos débitos, afirmou Kameyama. Segundo o executivo, a expectativa é de que a maior parte dessas tratativas seja resolvida até o fim deste ano.

“Mudamos nossa estratégia comercial e focamos na limpeza de base. Aceleramos o despejo de lojistas nos casos em que entendíamos não haver mais espaço para uma solução comercial”, explicou Kameyama, durante teleconferência com investidores e analistas. “Até o fim do ano, esperamos já ter andado em boa parte dessas medidas”, acrescentou.

Como consequência, houve uma queda da inadimplência e uma elevação nos espaços vagos nos shoppings. “Isso machucou um pouco o balanço no curto prazo, mas entendemos que é o mais saudável. No longo prazo, os novos lojistas vão gerar um aluguel mais consistente, e gerar mais resultado para a companhia”, destacou.