O Bradesco registrou lucro líquido de R$ 3,911 bilhões no segundo trimestre, queda de 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,134 bi) e de 3,9% ante o trimestre anterior (R$ 4,071 bi).
O lucro ajustado foi de R$ 4,704 bilhões, aumento de 13% em relação ao mesmo trimestre de 2016 (R$ 4,161 bi) e de 1,2% ante o último trimestre (R$ 4,648), resultado favorecido pelo controle nas despesas administrativas e nas provisões para perdas com inadimplência. O resultado inclui a aquisição do HSBC, consolidada em julho de 2016.

O banco também revisou projeções, agora esperando queda na carteira de crédito e menores receitas com tarifas em 2017, mas também previu menos provisões para inadimplência.

O movimento reflete a lenta recuperação econômica do País, que fez o Bradesco registrar contração da carteira de crédito pelo terceiro trimestre seguido. No fim de junho, a carteira de empréstimos do banco totalizava R$ 493,6 bilhões, montante 1,8% menor do que em março.

Consequentemente, a margem financeira do banco se contraiu em 0,8% sobre o trimestre anterior, a R$ 15,5 bilhões, refletindo também a queda da taxa de juros básica da economia, a Selic, e o foco do banco em operações de menor risco, mas de menor rentabilidade.

Em contrapartida, o índice de inadimplência acima de 90 dias caiu a 4,9%, de 5,6% no trimestre anterior, embora ainda acima dos 4,6% de um ano antes. E a despesa com provisão para inadimplência, de R$ 4,97 bilhões, foi 2,2% maior na comparação trimestral, mas teve recuo de 1,1% ano a ano.
O Bradesco auferiu alta sequencial de 0,9% nas receitas com tarifas e serviços, a R$ 7,5 bilhões. Em 12 meses, a alta foi de 13,2%.

Além do impacto sobre o volume e as margens no crédito, o cenário econômico adverso também atingiu o negócio de seguros, que responde por quase um terço do resultado do grupo, com o lucro da divisão caindo 7,6% na base sequencial, afetado em parte por maiores indenizações a segurados. O chamado índice de sinistralidade subiu 2,9 pontos do primeiro para o segundo trimestre, chegando a 76,6%.

Com essa combinação, o Bradesco conseguiu uma rentabilidade atualizada sobre o patrimônio líquido de 18,2% entre abril e junho, ante 18,3% do trimestre anterior e 17,4% da mesma etapa de 2016.