As bolsas europeias operam sem sinal único na manhã desta segunda-feira, mas recuam na maioria, com investidores avaliando o cenário após as eleições gerais da Alemanha. A aliança conservadora da chanceler Angela Merkel conseguiu ficar à frente, mas o cenário é mais complexo para a montagem da próxima coalizão de governo, o que no mercado de câmbio pressiona o euro. Outro fator a influir negativamente sobre a moeda comum é o resultado da eleição indireta para o Senado na França, também realizada no domingo, que representou uma derrota para o presidente Emmanuel Macron.

Merkel confirmou a expectativa e venceu a disputa nas eleições gerais da Alemanha, porém o grupo dela perdeu votos. Além disso, o Partido Social Democrata (SPD) anunciou que não mais aceitaria formar uma coalizão de governo liderada por ela e que passaria à oposição. Com isso, Merkel tem uma margem muito mais estreita para formar a próxima administração. Ela deve agora negociar com o Partido Democratas Livres e com o Partido Verde, mas a expectativa é que isso leve semanas, o que aumenta o nível de incerteza e provoca cautela entre investidores. Ainda assim, a avaliação é de que Merkel deve seguir no poder. Por outro lado, gerou também preocupação o resultado forte do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), força que conseguiu 13% dos votos e será a primeira sigla de extrema-direita a chegar ao Parlamento alemão desde a Segunda Guerra.

Outra notícia importante da política foi a eleição do Senado na França, realizada ontem. Na disputa indireta, o partido do presidente sofreu uma derrota e o oposicionista Republicanos caminha para manter sua maioria, o que deve dificultar a tarefa do centrista para aprovar reformas.

Na Espanha, atrai a atenção a disputa entre o governo de Madri e a administração regional da Catalunha, que pressiona para realizar um plebiscito pela secessão em 1º de outubro. Autoridades nos últimos dias prenderam funcionários que trabalhavam pela votação e confiscaram milhões de cédulas para impedir a votação, mas há protestos e o temor de que as divisões se aprofundem, o que pode gerar também impactos econômicos.

Na agenda do dia, existe expectativa pelo discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. A partir das 10h (de Brasília), investidores buscam pistas para saber o que esperar da reunião de política monetária de outubro do BCE.

Mais cedo, o índice IFO de sentimento das empresas caiu de 115,9 em agosto para 115,2 em setembro, segundo o instituto Ifo. Analistas previam estabilidade. A pesquisa não mede, porém, o resultado da eleição de domingo. Ainda assim, somou-se aos fatores que promovem a cautela hoje.

Entre as companhias em foco, a ação da Unilever subia 0,19%. A ação chegou a recuar após o anúncio de que a companhia adquiriu a sul-coreana Carver Korea, depois passou a oscilar perto da estabilidade. A Carver Korea é apontada como a companhia da Coreia do Sul que cresce mais rápido na área de cuidados com a pele.

Às 8h32 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,11%, Frankfurt subia 0,14% e Paris tinha baixa de 0,29%. Milão recuaa 0,11% e Madri tinha queda de 0,84%, mas Lisboa subia 0,06%. No mercado de câmbio, o euro recuava a US$ 1,1876 e a libra tinha queda para US$ 1,3486.